O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi detido nesta sexta-feira sob suspeita de obstrução da Justiça, relacionada à suposta tentativa de emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid. Após prestar depoimento, Machado negou veementemente as acusações.
Em sua defesa ao chegar ao Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, Machado declarou: “Não matei, não trafiquei drogas, não tive contato com traficantes. Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, ao Consulado Português do Recife. Meu pai tem 85 anos”.
* A Polícia Federal suspeita que Machado tenha atuado em maio deste ano para tentar obter um passaporte português para Mauro Cid, possivelmente facilitando sua saída do país
* A PF reuniu indícios de que o ex-ministro procurou o Consulado de Portugal em Recife, onde reside, mas não obteve êxito
* A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou “elementos sugestivos” de obstrução da ação penal e concordou com a abertura de investigação
O advogado de Machado, Célio Avelino, afirmou desconhecer os motivos da prisão, alegando não ter acesso ao processo. A defesa informou que entrará com pedido para obter esclarecimentos sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Machado reforçou que não esteve presente em nenhum consulado ou embaixada, dentro ou fora do Brasil, e sugeriu que as ligações e áudios de suas conversas com funcionários da embaixada poderiam ser verificados para confirmar sua versão.
O ex-ministro será encaminhado ao Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A investigação está relacionada à ação penal que analisa uma suposta tentativa de golpe de Estado, na qual Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro figuram como réus. Quando questionado sobre o assunto, Cid afirmou que a informação era “novidade” para ele e negou qualquer pedido de passaporte.