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Viajar é muito mais do que “fazer um passeio”. É um processo que começa com o desejo, passa pela dedicação e termina em crescimento
Escrever sobre viagens é escrever sobre sonhos que se tornam realidade. Sonhos que, com esforço e planejamento, se transformam em experiências inesquecíveis — daquelas que ficam gravadas para sempre em nossa memória.
Para mim, a fase de preparação de uma viagem é a mais importante. É nesse momento que decidimos para onde ir, o que queremos viver, como aquela jornada pode nos transformar. Faço perguntas essenciais: o que quero fazer? Com quem desejo compartilhar essa experiência? O que não posso deixar de ver? O que precisa ser reservado com antecedência — e quais momentos prefiro deixar livres, para decidir na hora.
Gosto de pesquisar bastante. Leio dicas de amigos, blogs, sites especializados, vejo vídeos no YouTube, sigo perfis de quem já esteve no destino, exploro hashtags e mergulho nas avaliações de hotéis e restaurantes. Hoje, a tecnologia ajuda muito — ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, por exemplo, podem montar roteiros personalizados, comparar opções de hospedagem e até sugerir passeios de acordo com o nosso perfil. Mas, acima de tudo, gosto de sonhar com a viagem. Passo meses imaginando como será, o que vai acontecer, quem vou conhecer. Criar essas expectativas é como começar a viagem muito antes da data marcada.
Quando estou viajando, procuro viver tudo intensamente: conhecer lugares, experimentar sabores locais, mergulhar na cultura e, principalmente, fazer novas amizades. Para mim, uma viagem só é completa quando volto com novas conexões humanas. É nesse momento que deixamos para trás as armaduras do cotidiano e nos abrimos para o mundo — mais leves, sociáveis, curiosos e com sede de vida. Os perrengues? Sempre acontecem. Mas, no fim, são as boas lembranças que ficam — e os imprevistos se transformam em boas histórias para contar (ou pelo menos em boas risadas!).
O retorno também faz parte da viagem. É quando avaliamos quem somos agora. Afinal, ninguém volta igual. Mesmo que a viagem tenha sido curta, o simples fato de sair da nossa zona de conforto já provoca mudanças. Conhecer outras pessoas, realidades e culturas amplia nosso olhar e nos torna, inevitavelmente, melhores. As fotos, os sabores, os cheiros, as sensações — tudo fica registrado em nossa memória, pronto para ser acessado quando menos esperarmos.
Por tudo isso, viajar é muito mais do que “fazer um passeio”. É um processo que começa com o desejo, passa pela dedicação e termina em crescimento. Ao contrário de um bem material, cujo prazer é passageiro, uma boa viagem continua nos nutrindo por toda a vida. O simples ato de planejar já dá sentido aos nossos dias. Serve de motivação para levantar da cama, economizar, cuidar da saúde, trabalhar com mais propósito — tudo por aquele momento único que virá.
Nesta coluna, quero compartilhar histórias e dicas de roteiros, ajudando você a transformar seus próprios sonhos de viagem em realidade. Na próxima edição, vou contar sobre um sonho que levou três anos para se concretizar e me levou ao continente mais inóspito e fascinante da Terra: a Antártica — uma verdadeira jornada de aventura e descoberta.
