A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou a suspensão total das operações aéreas dos Correios, com início previsto para 4 de junho. A decisão foi tomada após uma fiscalização realizada entre fevereiro e abril deste ano, que identificou graves falhas no cumprimento das normas de segurança estabelecidas para o transporte aéreo de cargas.
A fiscalização revelou que os Correios descumpriram integralmente importantes medidas de segurança, especialmente relacionadas ao controle e identificação de artigos perigosos nas cargas transportadas por via aérea. Entre as principais irregularidades encontradas, destacam-se:
* O descumprimento total da exigência de transportar apenas malas postais com conteúdo devidamente declarado
* A ausência de funcionários qualificados no acompanhamento da preparação das cargas
* O cumprimento apenas parcial das demais medidas de segurança estabelecidas pela Anac
Para reverter a suspensão, os Correios e as empresas aéreas prestadoras de serviço precisarão comprovar à Anac o cumprimento integral das medidas exigidas. Além disso, deverão apresentar um cronograma detalhado de adequação às normas de segurança e uma análise de risco conjunta que ateste a segurança das operações.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, manifestou-se sobre a situação, afirmando que a estatal mantém diálogo constante com a Anac e está empenhada em resolver o problema antes da data prevista para a suspensão. “Na próxima terça-feira, 3, haverá reunião para validar as medidas que já haviam sido debatidas. Estamos fazendo tudo. Não houve suspensão e assim que validarem essa situação se resolve”, declarou.
Em nota oficial, os Correios atribuíram as irregularidades a gestões anteriores, afirmando que o problema “decorre de práticas herdadas” e representa mais um desafio para a atual administração. A empresa destacou seu compromisso com a regularização completa do serviço e a segurança das operações.
Silva também mencionou que as deficiências remontam a 2015, citando como exemplo a falta de equipamentos de raio-X nas unidades aeroportuárias dos Correios. Segundo ele, a empresa já adquiriu novos equipamentos e realizou treinamentos com as equipes para adequação às normas da Anac. O presidente ainda argumentou que a perspectiva de privatização da empresa teria prejudicado investimentos necessários em infraestrutura.
A suspensão das operações aéreas dos Correios permanecerá em vigor até que todas as exigências da Anac sejam plenamente atendidas, garantindo assim a segurança no transporte de cargas aéreas.