O governo de Minas Gerais está considerando uma nova estratégia para a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívida (Propag). A proposta envolve oferecer uma participação minoritária à União, em vez da federalização completa da empresa.
O vice-governador Mateus Simões (Novo) revelou que encaminhou um ofício ao governo federal para sondar o interesse em uma participação parcial na Codemig. A decisão baseia-se na possibilidade de a empresa ter um valor superior ao necessário para o plano de amortização de 20% da dívida em ativos, estimada em R$ 34 bilhões.
“Nesse ofício, a gente pergunta especificamente se a União receberia uma participação minoritária, porque, dependendo do valor, eu não preciso federalizar a empresa toda. Também perguntamos se aceitariam uma participação majoritária, mas com a gente mantendo alguma participação. Quero entender da União se, no caso da Codemig, ela aceita um pedaço do ativo, já que a gente espera um valor muito alto”, explicou Simões.
Paralelamente, foi solicitado ao presidente do Conselho de Administração das empresas estatais, Bruno Falci, que continue as negociações com a família Moreira Salles para renovar o contrato de exploração da mina de nióbio em Araxá. A renovação deste contrato, que vence em menos de uma década, poderia aumentar significativamente o valor da empresa.
O vice-governador também destacou que as reuniões com o banco e a STN indicaram a necessidade de o estado oferecer ativos superiores ao mínimo de R$ 34 bilhões, visando alcançar aproximadamente R$ 40 bilhões. “Se a gente fizer adesão ao Propag falando em 20% de amortização e depois o valor não for o suficiente, é um caos para o Tesouro Nacional e para nós”, alertou.
A estratégia do governo mineiro demonstra uma abordagem cautelosa na negociação da dívida estadual de R$ 165 bilhões, buscando alternativas que preservem parte do controle sobre a Codemig enquanto atende às exigências do programa de refinanciamento.