A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) manifestou-se contra a ordem de prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar classificou a decisão como “ilegal, inconstitucional e autoritária”, caracterizando-a como um ataque direto à sua família.
Em nota, Zambelli defendeu sua posição citando a Constituição: “Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia”.
A decisão de Moraes vai além da prisão preventiva e inclui:
* Bloqueio de transferências financeiras, incluindo operações via Pix
* Suspensão de veículos de comunicação
* Bloqueio de canais e perfis em redes sociais, incluindo uma conta transferida para sua mãe, Rita Zambelli, pré-candidata a deputada federal em 2026
* Restrição ao perfil do filho da deputada, João Zambelli, de 17 anos, que tem perspectivas de candidatura a vereador de São Paulo em 2028
“Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha. Esses títulos – de mãe, de filha e de deputada – me foram dados por Deus e pelo povo”, declarou a parlamentar.
A situação se complica com o anúncio de que Carla Zambelli encontra-se fora do Brasil, com planos de solicitar licença do mandato para residir na Europa. Antes de sua viagem, a deputada tomou medidas preventivas, incluindo a transferência de seu perfil nas redes sociais e a emancipação de seu filho menor de idade, visando sua possível candidatura nas próximas eleições.
Vale ressaltar que Zambelli já foi condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão em regime inicial fechado, além da perda do mandato, devido à invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena ainda não está em execução devido a recursos pendentes. Adicionalmente, a deputada responde a processo criminal por perseguição armada na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
Seu marido, Coronel Aginaldo, que ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública em Caucaia (CE), solicitou licença do cargo, oficialmente por motivos de doença familiar, com previsão de retorno para 1º de julho.