O Brasil está considerando medidas para romper relações militares com Israel, conforme indicado pelo assessor-chefe especial do presidente Lula, Celso Amorim. A decisão surge em meio à crescente pressão de parlamentares e movimentos sociais que pedem ações mais firmes do governo brasileiro em relação ao conflito na Faixa de Gaza.
O governo brasileiro já demonstrou sua posição ao cancelar a compra de blindados israelenses no início do ano, e agora avalia medidas mais abrangentes no setor militar, enquanto busca manter as relações diplomáticas para proteger interesses brasileiros e palestinos.
* Um grupo de 20 parlamentares e lideranças se reuniu com Celso Amorim para solicitar o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com Israel.
* O governo considera que o rompimento total das relações diplomáticas poderia ser prejudicial tanto para brasileiros em Israel quanto para palestinos, devido à perda de comunicação com Tel Aviv.
* A deputada Natália Bonavides (PT-RN), após reunião com Amorim, indicou que o governo pode anunciar “nos próximos dias” ações relacionadas ao tema.
O movimento pelo rompimento das relações com Israel tem ganhado força em diferentes setores. As federações de petroleiros (FUP e FNP) solicitaram que a Petrobras interrompa a venda de petróleo para Israel, através de carta aberta ao governo.
O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), liderado por palestinos, há anos defende boicotes contra Israel em resposta à ocupação da Cisjordânia e ao cerco à Faixa de Gaza. Israel, por sua vez, considera o BDS uma ameaça à sua existência e legitimidade internacional.