O ex-presidente Jair Bolsonaro realizou um ato político na Avenida Paulista, em São Paulo, onde criticou decisões do Judiciário brasileiro, defendeu anistia para os presos nos atos de 8 de janeiro e reafirmou sua narrativa de perseguição política. Durante seu discurso, manteve o tom de confronto com as instituições e destacou realizações de seu governo.
Em meio a apoiadores, parlamentares e governadores, Bolsonaro estruturou sua fala em diversos pontos críticos:
* Defendeu veementemente a anistia para os presos do 8 de janeiro, classificando-os como vítimas de injustiça. “Por isso lutamos por anistia, que é um remédio previsto na Constituição, é o caminho da pacificação”, declarou, acrescentando que espera apoio dos outros poderes além do Legislativo.
* Fez um aceno político ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), presente no ato, destacando realizações em território mineiro durante sua gestão, como a liberação de recursos para o metrô de Belo Horizonte e a regularização da exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha.
* Insistiu na narrativa sobre os eventos de 8 de janeiro, afirmando que o movimento foi “orquestrado pela esquerda” e acusou o presidente Lula de ter conhecimento prévio dos acontecimentos: “Lula não estava em Brasília. Estava em Araraquara porque sabia o que ia acontecer. Tanto é que as imagens de quase 200 câmeras sumiram”.
O ex-presidente também abordou temas polêmicos de sua gestão, como a vacinação contra Covid-19, reiterando sua decisão de não se vacinar: “Comprei 600 milhões de doses, mas falei: “eu não vou tomar”. Você tem que ter liberdade para escolher seu futuro”.
Em relação à política internacional, Bolsonaro criticou o posicionamento do atual governo em relação ao Irã, país que, segundo ele, “fez bomba atômica para tirar Israel do mapa”. Também mencionou questões eleitorais, atribuindo sua vitória em 2018 à estratégia de redes sociais conduzida por seu filho Carlos Bolsonaro.
No encerramento do ato, o ex-presidente fez um apelo por mais representatividade da direita no Congresso Nacional, afirmando que com “50% da Câmara e 50% do Senado” seria possível mudar o futuro do Brasil.