O Ministério da Saúde anunciou a incorporação do medicamento Zolgensma ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1. A primeira aplicação do medicamento, que custa cerca de R$ 7 milhões por dose, foi realizada simultaneamente em Brasília e Recife.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve presente no Hospital da Criança José Alencar, em Brasília, para acompanhar a aplicação do medicamento em uma bebê diagnosticada com AME tipo 1. A incorporação do tratamento foi possível através de um acordo com a indústria internacional, onde o pagamento está condicionado aos resultados obtidos no paciente.
Pontos importantes sobre a implementação do Zolgensma no SUS:
* O tratamento é indicado para pacientes de até seis meses de idade que não necessitem de ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas diárias
* Existem 28 serviços de referência para terapia gênica de AME distribuídos pelo país, presentes no DF e em 17 estados
* O protocolo de tratamento inclui uma triagem específica seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde
* Antes desta incorporação, o medicamento era fornecido apenas através de ações judiciais, tendo atendido mais de 160 casos
Segundo o ministro Padilha, “A expectativa é incluir, em dois anos, entre 130, 135, 140 casos. Isso aí pela projeção e estatística”. Dados do IBGE indicam que, dos 2,8 milhões de brasileiros nascidos em 2023, aproximadamente 287 foram diagnosticados com a doença.
O Zolgensma atua substituindo a função de um gene ausente ou defeituoso, sendo fundamental no tratamento desta doença rara que afeta os movimentos corporais e a respiração. Antes da disponibilização de tecnologias para AME tipo 1 no SUS, as crianças com a doença apresentavam alta probabilidade de óbito antes dos dois anos de idade.
Com esta incorporação, o SUS passa a ofertar todas as terapias modificadoras disponíveis para AME tipo 1, representando um avanço significativo no tratamento da doença no sistema público de saúde brasileiro.