O governador Romeu Zema (Novo) criticou duramente o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), classificando-o como “meio de mentirinha” devido aos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista, Zema expressou preocupação com a inviabilidade do programa para diversos estados, incluindo Minas Gerais.
Os vetos presidenciais ao Propag impactaram pontos cruciais do programa:
* Lula vetou a possibilidade de a União assumir e refinanciar débitos dos estados com bancos privados
* Foi vetado também o artigo que permitiria aos estados utilizarem recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional para amortizar juros das dívidas com a União
* O governador alertou que outros estados dificilmente aderirão ao programa devido aos vetos, o que poderá resultar em custos elevados para o governo federal
Durante a entrevista, Zema também abordou questões relacionadas às privatizações em Minas Gerais. Questionado sobre não ter conseguido vender as principais estatais como Copasa, Cemig e Codemig em seus seis anos de governo, defendeu-se mencionando a venda de “dezenas de subsidiárias e participações acionárias”.
Em relação à Cemig, Zema destacou que o valor da empresa quase triplicou na bolsa de valores e apresentou os maiores lucros de sua história. O governador revelou planos de transformar a empresa em uma “corporation”, modelo onde o estado permanece como acionista, mas sem controle sobre a administração e operação.
Sobre a dívida estadual, que atualmente soma R$ 165 bilhões, Zema informou que está buscando autorização da Assembleia Legislativa para vender ativos e quitar o montante. Defendeu-se das críticas da oposição, garantindo que os recursos serão destinados ao pagamento da dívida.