Zema acusa governo federal de perseguição política; Ministério do Trabalho esclarece

Zema acusa governo federal de perseguição política; Ministério do Trabalho esclarece

Governador de Minas Gerais alega que loja da família foi alvo de operação policial, mas Ministério do Trabalho contesta versão e esclarece os fatos

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), gerou polêmica ao afirmar que uma empresa de sua família foi alvo de fiscalização do Ministério do Trabalho com presença policial, sugerindo motivação política por parte do governo federal. A declaração foi feita durante entrevista à Revista Oeste na noite de quinta-feira, 22.

Durante a entrevista, Zema relatou que a empresa familiar, com mais de 100 anos de existência, teria recebido uma fiscalização sem precedentes, acompanhada por sete viaturas policiais. “A minha empresa, a empresa que eu administrei, sou sócio, não é minha, é da família, dois meses atrás chegaram lá sete veículos da Polícia Federal. Nunca, na história da empresa, que tem mais de 100 anos, teve uma fiscalização desse jeito”, afirmou o governador.

No entanto, o Ministério do Trabalho e Emprego apresentou uma versão diferente dos fatos. Carlos Calazans, superintendente do órgão em Minas Gerais, esclareceu que a fiscalização ocorreu em uma transportadora terceirizada chamada Cidade das Águas, e não em uma loja do Grupo Zema. Além disso, a operação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, não da Polícia Federal como alegado pelo governador.

Segundo Calazans, a fiscalização resultou na identificação de 22 trabalhadores em condições análogas à escravidão na transportadora que prestava serviços para a Eletrozema. “Trabalhavam até 20 horas seguidas, transportando os produtos da Eletrozema, como móveis, eletrodomésticos, para toda a região, não tinham horário de almoço, dormiam na boleia dos caminhões”, explicou o superintendente.

Durante a mesma entrevista, Zema fez diversas críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alegando que existe um movimento para prejudicar Minas Gerais. O governador citou como exemplo um suposto boicote em um evento da Novo Nordisk em Montes Claros e criticou a conservação das rodovias federais no estado.

“Parece que tem uma birra com Minas Gerais. É um governo que investe pouco, que cobra taxa de agiota, e é um estado que tá lá, resistindo. Foi no PT que ele afundou”, declarou Zema, relacionando as questões a uma possível retaliação política.

A Polícia Federal e a Secretaria de Comunicação da Presidência não se manifestaram sobre as declarações do governador. Os representantes da transportadora Cidade das Águas também não foram localizados para comentar as informações do ministério.

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