O tabagismo continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil, apesar da diminuição constante no número de fumantes. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito que combina medicamentos e acompanhamento psicológico, demonstrando o compromisso do país no combate ao vício.
De acordo com o Prof. Dr. Martim Elviro, docente do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, a dependência química e psicológica causada pelo tabaco é o principal obstáculo para quem deseja abandonar o cigarro. “O cigarro gera uma dependência extremamente difícil de superar, com crises de abstinência intensas em muitos casos. Por isso, o tratamento combinado, com medicamentos e terapias não farmacológicas, é essencial”, explica.
O especialista alerta sobre o surgimento de novas formas de consumo de tabaco, especialmente entre os jovens. “A conscientização sobre os danos à saúde, apoiada a campanhas educativas, tem sido um fator crucial para essa diminuição. Porém, o aumento do consumo de alternativas, como os vapes e narguilés, trazem um novo cenário que precisa ser abordado com urgência”, destaca.
Os dispositivos eletrônicos representam uma preocupação adicional: “Há evidências crescentes de que o uso de vapes causa uma dependência mais forte e pode levar a doenças respiratórias graves, como a insuficiência respiratória grave, conhecida como EVALI. A situação é alarmante, e é necessário que políticas públicas ainda mais severas sejam implementadas, além de um posicionamento claro sobre o caráter ilegal do uso desses dispositivos”, alerta o Prof. Dr. Martim Elviro.
* Estabeleça uma data específica para parar de fumar e prepare-se mentalmente, mantendo uma lista de motivações para consultar nos momentos difíceis
* Procure ajuda profissional para identificar o melhor tratamento, que pode incluir terapias comportamentais e medicamentos como adesivos de nicotina ou bupropiona
* Desenvolva estratégias para lidar com o estresse, como meditação, respiração profunda ou exercícios físicos
* Identifique e evite gatilhos que estimulam o desejo de fumar, como situações sociais específicas ou momentos de ansiedade
* Mantenha-se resiliente diante de possíveis recaídas, entendendo que cada tentativa representa um passo em direção ao objetivo final
“Em nossa prática clínica, aprendemos que é fundamental combinar terapia cognitivo-comportamental com o tratamento medicamentoso. Mas o verdadeiro segredo está em entender se o paciente está pronto para parar de fumar. É uma decisão pessoal, e o papel do médico é respeitar o tempo de cada um, com empatia e compreensão”, conclui o especialista.