Uma nova mancha escura foi identificada no mar da Grande João Pessoa neste sábado (17), especificamente entre as praias do Bessa e Intermares, próximo à foz do Rio Jaguaribe. O fenômeno, que se repetiu após as intensas chuvas na região, já havia sido registrado anteriormente em março deste ano no mesmo local.
A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) esclareceu a situação através de uma nota oficial, explicando os fatores que contribuem para o surgimento da mancha:
* A baixa vazão do braço do rio causa retenção de matéria orgânica no estuário, acumulando-se ao longo do tempo
* As chuvas intensas aumentam a pressão da água, rompendo a barreira natural de contenção
* O material acumulado é levado ao mar, resultando em água escura com odor característico
* O fenômeno é resultado da decomposição da vegetação dos manguezais, que passa por processo natural de autodepuração
Em resposta à situação, a Sudema intensificou as análises de balneabilidade na região afetada, realizando coletas duas vezes por semana desde março. A próxima avaliação está programada para segunda-feira (19).
Francisco Urtiga, secretário de Meio Ambiente de Cabedelo, explicou ao trabalhar em conjunto com outros órgãos: “Quando chove, o pessoal ribeirinho abre para escoar a água, que vai direto para o mar. Mas o mar depura muito rápido e a incidência de esgoto ali não é muito grande, é mais pela população ribeirinha mesmo”.
Histórico do Problema
Em março, a Sudema já havia identificado características típicas de mangue na mancha escura, com presença de coliformes fecais, indicando contaminação por esgoto. O fenômeno, conhecido como “língua negra”, ocorre quando a água acumulada com resíduos vegetais em decomposição é liberada no mar durante períodos chuvosos.
Como medida preventiva, a Sudema recomenda que a população evite o banho de mar próximo a rios e galerias durante o período chuvoso, especialmente nas áreas afetadas pela mancha.