O PDT manifestou forte insatisfação com a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, mesmo sendo um dos partidos mais fiéis ao governo, com 92,46% de alinhamento nas votações na Câmara dos Deputados. A insatisfação do partido está relacionada principalmente à forma como a substituição foi conduzida.
O líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), classificou como “ruim” a condução do caso. Lupi deixou o cargo defendendo-se das acusações, afirmando que seu nome não apareceu nas investigações da Polícia Federal, argumento que utilizou inclusive durante sessão da Câmara que discutiu o escândalo no INSS.
* A demissão de Alessandro Stefanutto do INSS, indicado por Lupi, após operação da PF, gerou o primeiro momento de tensão
* O presidente Lula indicou o sucessor sem consultar Lupi, o que foi interpretado como falta de apoio ao então ministro
* O partido já discutia internamente a possibilidade de se tornar independente caso o ministro fosse afastado
A histórica aliança entre PDT e PT remonta a décadas, com Leonel Brizola tendo sido vice na chapa presidencial de Lula em 1998, quando perderam para Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Apesar da insatisfação inicial, a escolha de Wolney Queiroz para substituir Lupi acabou sendo bem recebida por caciques do PDT. Queiroz, filiado ao partido desde 1992, era secretário-executivo do Ministério e braço-direito de Lupi. Com histórico de seis mandatos como deputado pelo partido, sua nomeação foi considerada “natural” pelo líder Mário Heringer.