Um juiz federal americano ordenou a libertação do estudante palestino Mohsen Mahdawi, que havia sido detido durante sua entrevista de naturalização por participar de protestos contra a guerra em Gaza na Universidade de Columbia.
Mahdawi, de 34 anos e residente legal permanente nos Estados Unidos há uma década, estava prestes a se formar em Columbia e planejava iniciar seu mestrado na mesma instituição. Como um dos líderes dos protestos no campus, sua detenção em 14 de abril gerou significativa repercussão.
* O juiz federal Geoffrey Crawford determinou sua soltura, afirmando que Mahdawi apresentou uma “alegação substancial de que o governo o prendeu para silenciar um discurso com o qual discorda”.
* Crawford enfatizou que “mesmo que ele fosse inflamado em seus discursos, sua conduta é protegida pela Primeira Emenda” da Constituição americana.
* Ao deixar o tribunal em Vermont, cercado por apoiadores, Mahdawi declarou: “O que fizeram comigo? Me prenderam. Por qual motivo? Porque levantei a voz e disse não à guerra, sim à paz”.
O caso se insere em um contexto mais amplo de tensões entre o governo Trump e as universidades americanas. As autoridades de imigração têm realizado detenções de estudantes universitários em todo o país, especialmente daqueles envolvidos em protestos contra a guerra em Gaza, que já resultou em mais de 52 mil mortos.
O secretário de Estado Marco Rubio argumentou que a presença e atividades de Mahdawi “teriam consequências negativas graves para a política externa e comprometeriam interesses importantes dos EUA”. O governo Trump mantém sua posição de que pode deportar Mahdawi com base na Lei de Imigração e Nacionalidade.
A Universidade de Columbia enfrenta críticas de alguns alunos por ceder às exigências da administração Trump na tentativa de recuperar subsídios suspensos, enquanto outro estudante, Mahmoud Khalil, ainda enfrenta processo de deportação.