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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou nesta sexta-feira, 16, que o Brasil espera retomar as exportações de carne de frango e derivados para a China em menos de 60 dias. A expectativa surge após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro, Rio Grande do Sul.
O protocolo atual entre Brasil e China estabelece um bloqueio total das exportações por até 60 dias quando detectado um foco da doença em plantel comercial. No entanto, há otimismo quanto à resolução do caso em aproximadamente 28 dias.
“Com eficiência no bloqueio e transparência nas informações, comprovando a eliminação total do foco e restabelecendo a segurança ao comprador, podemos, antes de 60 dias, restabelecer o fluxo comercial”, afirmou Carlos Fávaro em entrevista exclusiva.
* A China representa o principal mercado para o frango brasileiro, tendo importado 192 mil toneladas entre janeiro e abril deste ano, gerando receita de US$ 455 milhões
* Em 2024, as exportações para o mercado chinês alcançaram 561 mil toneladas, resultando em US$ 1,288 bilhão em vendas externas
* Atualmente, diferentes níveis de embargo foram estabelecidos pelos parceiros comerciais do Brasil, variando desde restrições num raio de 10 km do foco até embargos estaduais
* A granja afetada em Montenegro foi isolada e as aves do plantel foram eliminadas
* Todo o sistema comercial da região está sob monitoramento
* O fluxo comercial da granja foi rastreado e os ovos férteis foram inutilizados
* O governo atua em duas frentes principais: prevenção da disseminação da doença e restabelecimento dos fluxos comerciais
“Estamos em momento especial da relação com a China, o que é bom, mas o que vai conferir a retomada da comercialização é a garantia sanitária. Vamos entregar isso a eles o mais rápido possível”, destacou o ministro.
O Brasil já possui acordos de regionalização com diversos países, incluindo Japão, Emirados Árabes, Reino Unido, Arábia Saudita e Argentina. O ministério continua trabalhando para expandir esses acordos com outros parceiros comerciais, incluindo a União Europeia.
Fávaro ressaltou que não há sinais de aves doentes em outras granjas comerciais na região do foco detectado, e que todos os parceiros comerciais do Brasil e a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foram devidamente notificados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi informado e demonstrou disposição para disponibilizar recursos adicionais caso necessário.
O ministro enfatizou que não há riscos no consumo de carne de frango e derivados, sendo o risco de contaminação limitado principalmente aos profissionais que têm contato direto com as aves. Até o momento, o Brasil registrou 166 focos da doença, sendo 163 em aves silvestres e três em produção de subsistência.
