O Governo de Minas Gerais decretou situação de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. A medida, que terá validade por 180 dias, foi anunciada nesta sexta-feira (2) e visa ampliar a capacidade de resposta do estado frente à atual situação.
Até 26 de abril, o estado já havia registrado números alarmantes, com 26.817 internações por SRAG e 397 óbitos em 2025. O cenário é especialmente preocupante para dois grupos vulneráveis: crianças até 1 ano e idosos acima de 60 anos, que representam a maior parte das internações.
* Criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG) para monitoramento e coordenação das ações
* Abertura de 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, com foco em casos de bronquiolite
* Preparação de 10 leitos adicionais de CTI pediátrico para eventual aumento da demanda
* Implementação da Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios desde abril
* Disponibilização de 222 vacimóveis distribuídos pelo território mineiro
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, destaca: “Desde outubro do ano passado, a SES-MG vem atuando com os municípios, capacitando equipes e produzindo materiais técnicos para garantir uma resposta eficiente, inclusive com apoio direto das nossas regionais e abertura de leitos na nossa rede”.
A Secretaria de Estado de Saúde iniciou o repasse de incentivos financeiros para hospitais que disponibilizarem ou adaptarem leitos clínicos para atendimento pediátrico de SRAG. Paralelamente, o Comitê Estadual de Vírus Respiratórios mantém reuniões quinzenais, com próximo encontro agendado para 24 de junho.
A campanha de vacinação contra influenza continua em todo o estado, agora como parte do calendário de rotina anual. Minas já recebeu 5,7 milhões de doses, que foram distribuídas aos municípios. Desde 26 de abril, a vacinação foi estendida para toda a população acima de 6 meses, com meta de cobertura vacinal de 90%.
Baccheretti ressalta: “Temos vacinas eficazes para a maioria das doenças respiratórias, como influenza e covid-19. A única exceção é o vírus sincicial, que ainda não tem vacina disponível, mas é justamente um dos mais perigosos para bebês pequenos. Por isso, é essencial que pais e responsáveis levem seus filhos para vacinar. E que, em caso de sintomas, evitem o contato com outras crianças, para reduzirmos a transmissão”.