O sentimento de culpa na maternidade tem se mostrado uma experiência quase universal entre as mães, independentemente de sua profissão, status social ou idade. A expressão “nasce uma mãe, nasce uma culpa” reflete uma realidade que afeta profundamente a vida de milhares de mulheres, gerando uma sobrecarga emocional significativa.
Por questões históricas e sociais, a responsabilidade e a culpa relacionadas à criação dos filhos recaem principalmente sobre as mães, muito mais do que sobre os parceiros. Este fenômeno tem raízes profundas na sociedade e continua impactando as mulheres em diferentes fases da maternidade.
A psicóloga Rafaela Lyra, mãe de Arthur de 8 anos, compartilha sua experiência: “Assim como acontece com muitas mães, em cada fase há uma “nova culpa”. Talvez a gravidez tenha sido o período em que eu menos me culpei. Já no pós-parto me culpava, como a maioria das mães, por achar que não era boa o suficiente”.
A psicoterapeuta Ana Chaves revela sua experiência com a filha Giovanna: “Meu maior sentimento de culpa foi não achar a amamentação um momento mágico. No início, eu sentia muita dor e os mamilos ficaram feridos. Enquanto isso, eu via outras pessoas sendo muito felizes mesmo assim”.
A atriz Fernanda Paes Leme também compartilhou publicamente sua experiência: “Vamos ao relato de uma mãe que ficou chateada achando que a filha esqueceu dela porque ela tomou o meu próprio leite, só que na mamadeira”.
A situação se torna ainda mais complexa devido à dupla jornada das mulheres modernas. Como explica Ana Chagas: “Antes, era responsabilidade das mulheres cuidar da casa, mas elas foram conquistando mais espaços e direitos. Isso é fantástico, mas trouxe uma sobrecarga emocional e física, que faz com que elas sintam-se culpadas por não darem conta de tudo”.
A jornalista Gabriela Prioli abordou o tema em suas redes sociais: “Mãe sente muita culpa porque fomos ensinadas a pensar desse jeito. A gente acha que para fortalecer nossa maternidade precisa apontar o dedo para outras mães”.
* Buscar apoio profissional através de acompanhamento psicológico durante a gestação e pós-parto
* Compartilhar experiências com outras mães e criar redes de apoio
* Compreender que a culpa é um sentimento coletivo e não individual
* Não hesitar em pedir ajuda quando necessário
A psicóloga Rafaela Lyra enfatiza: “O acompanhamento psicológico durante todo o período da gravidez, parto e pós-parto pode fazer toda a diferença na saúde mental da mulher e em todo o seu processo do maternar”.
O caminho para lidar com a culpa materna passa pela compreensão de que este não é um sentimento individual, mas uma experiência compartilhada por milhares de mães. A construção de redes de apoio e o diálogo aberto sobre o tema são fundamentais para amenizar essa sobrecarga emocional.