A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, defendeu a discussão sobre regulamentação das redes sociais no Brasil, citando o modelo chinês como exemplo durante entrevista ao podcast “Se ela não sabe, quem sabe”, da Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira, 23.
Durante a entrevista, Janja destacou o rigoroso sistema de regulamentação digital da China, mencionando as restrições impostas às crianças e as consequências para quem descumpre as regras. “O presidente Xi (Jinping) falou que eles também têm problemas dentro da China, apesar de ter uma regulação muito forte (das redes sociais). Lá, crianças menores de idade só podem usar telas a partir de 11 anos com horário específico, não podem ter rede social. Tem toda uma regulamentação e, se não seguir a regra, tem efeito, tem prisão. Por que é tão difícil a gente falar disso aqui?”, afirmou.
A primeira-dama também abordou a polêmica envolvendo sua crítica ao TikTok durante encontro com o líder chinês Xi Jinping. Negando ter quebrado protocolos, Janja defendeu sua postura: “Quer dizer que eu não posso falar? Eu não sou um biscuit de porcelana. Eu não vou num jantar só para acompanhar meu marido. E ele nunca disse: “Não fale, fique quieta””.
Vale ressaltar que na China, o controle da internet é extremamente rígido, com censura a críticas ao governo e bloqueio de diversas redes sociais ocidentais como Facebook, Instagram e X. O país mantém um sistema de vigilância digital que determina o que pode ou não ser acessado pelos cidadãos.
Durante a entrevista, Janja também revelou não ter pretensões de seguir carreira na política institucional e comentou sobre sua atuação como primeira-dama, mesmo sem cargo oficial no governo federal. Atualmente, conta com uma equipe informal de aproximadamente 12 pessoas que a auxilia em suas atividades.
Em relação ao futuro político, a primeira-dama avaliou que o presidente Lula está “forte e bem” para disputar a reeleição em 2026, e afirmou que “não passa pano” para comentários machistas do marido.