Federação do setor prevê crescimento máximo de 2% em 2025, com risco de queda se guerra comercial se intensificar
O setor de transporte de cargas em Minas Gerais enfrenta desafios devido às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump. Segundo a Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Fetcemg), o crescimento do volume de cargas no estado dificilmente ultrapassará os 2% registrados no ano passado.
A medida mais preocupante é a taxa de 25% aplicada pelo governo norte-americano sobre as importações de aço, que já afetou as exportações mineiras para os EUA. Gladstone Lobato, presidente da Fetcemg, afirma que o setor está paralisado e sem grandes expectativas para 2019.
Apesar das incertezas, há esperança de que o Brasil consiga negociar a redução das tarifas com os EUA, já que Trump já revisou decisões semelhantes no passado. No entanto, uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China preocupa, pois poderia levar a um aumento da oferta de aço chinês no mercado brasileiro, pressionando ainda mais a produção nacional.
Sem avanços nas negociações, os preços das commodities – como petróleo e minério de ferro – podem cair, desacelerando o comércio global até que um novo equilíbrio seja alcançado. A China, principal destino do minério mineiro, é peça-chave nesse cenário.
No caso do aço, apesar dos temores iniciais, avalia-se que as siderúrgicas de Minas Gerais sofrerão impactos limitados. A Usiminas, por exemplo, informou que menos de 2% de suas exportações nos últimos dois anos foram destinadas aos EUA. O maior risco, segundo a empresa, é o desvio do aço chinês para o Brasil, o que poderia afetar a competitividade do produto nacional.