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O Hospital João XXIII, principal centro de referência em trauma de Minas Gerais, enfrenta uma grave situação de superlotação devido ao aumento significativo no número de acidentes de trânsito, conforme revelado pelo Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.
Durante entrevista exclusiva à Itatiaia, Baccheretti destacou que o hospital está realizando um número recorde de procedimentos, com um aumento expressivo de 15% a 30% ao ano em acidentes, especialmente envolvendo motocicletas. “A gente tem um aumento de 15% a 30% por ano de acidentes, especialmente de motos, que são acidentes mais graves”, afirmou o secretário.
A situação atual apresenta diversos desafios:
* O hospital está operando em capacidade máxima, realizando entre 1.100 e 1.200 cirurgias mensalmente, um número sem precedentes em sua história
* Pacientes relatam longos períodos de espera, com casos de pessoas aguardando há meses por procedimentos cirúrgicos
* Médicos denunciam desmarcações frequentes de cirurgias e queda na qualidade do atendimento, especialmente para casos ortopédicos
* A transferência de pacientes do Hospital Maria Amélia Lins, após o fechamento de seu centro cirúrgico, agravou a situação do João XXIII
O fechamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins, determinado pelo governo do estado através da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), tem gerado impactos significativos. Pacientes que anteriormente seriam atendidos para cirurgias eletivas naquela unidade foram redirecionados para o João XXIII, aumentando a demanda já existente.
Um caso emblemático relatado por um ortopedista, que pediu anonimato, revela um paciente aguardando há quatro meses por uma cirurgia complexa no braço após uma queda de cavalo, tendo enfrentado cinco cancelamentos desde janeiro.
Como solução a médio prazo, Baccheretti anunciou planos de expansão através de uma parceria público-privada, que incluirá a transferência do Hospital João Paulo II para o novo hospital do Galba Veloso, permitindo a ampliação do João XXIII para o espaço do hospital infantil adjacente.
A Fhemig, por sua vez, afirmou em nota que o João XXIII possui capacidade para absorver as cirurgias anteriormente realizadas no Maria Amélia Lins, projetando inclusive um aumento no número de procedimentos ao longo do ano.
