A prestigiada universidade Harvard enfrenta uma nova redução de US$ 450 milhões em subsídios federais, anunciada pelo governo dos Estados Unidos nesta terça-feira (13). Esta decisão surge em meio a acusações de antissemitismo e acontece apenas um dia após a instituição demonstrar disposição para dialogar com as autoridades.
O presidente da universidade, Alan Garber, havia enviado uma carta à secretária de Educação, Linda McMahon, buscando estabelecer um diálogo sobre o combate ao antissemitismo e a defesa da liberdade de expressão. No entanto, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos respondeu com um novo corte, citando “um problema” de discriminação na universidade.
A situação se desenvolve em meio a um contexto de tensão entre a administração federal e a universidade:
* O governo americano já havia anunciado na semana anterior um corte de US$ 2,2 bilhões (R$ 12 bilhões) em subsídios.
* Harvard decidiu levar o governo aos tribunais, alegando tentativa ilegal de controle sobre sua gestão.
* Na carta enviada, Garber afirmou que a universidade implementou medidas para garantir que estudantes e funcionários israelenses não se sintam excluídos.
* O presidente Donald Trump acusa Harvard e outras universidades de permitirem movimentos estudantis contra os bombardeios de Israel em Gaza, classificando-os como antissemitas.
“Harvard não é republicana nem democrata, nem o braço armado de nenhum partido ou movimento político, e nunca será”, declarou Garber na carta. A universidade optou por não comentar o novo corte nos subsídios, que totaliza agora US$ 2,65 bilhões (R$ 14,5 bilhões).
A disputa reflete um embate mais amplo entre a autonomia acadêmica e as pressões governamentais, com Harvard defendendo sua liberdade de pensamento enquanto enfrenta acusações de discriminação e tentativas de controle externo.