O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, expressou preocupação com o elevado nível de incerteza no cenário econômico internacional, destacando especialmente questões fiscais durante o Seminário Anual de Política Monetária do Ibre/FGV, no Rio de Janeiro.
Em sua análise sobre a política monetária americana, Gabriel Galípolo destacou como a presidência de Donald Trump alterou significativamente o panorama do Federal Reserve, que vinha obtendo sucesso em seu processo de desinflação. O presidente do BC ressaltou que no início de 2025, cresceram as preocupações sobre como as tarifas anunciadas pela administração Trump poderiam impactar negativamente a economia global.
Ao contextualizar a posição brasileira, Galípolo mencionou que durante o primeiro trimestre, havia uma percepção de que o Brasil ocupava uma posição mais vantajosa em comparação a outros países. “Colocava o Brasil em posição que fosse menos afetado pela questão das tarifas, como por exemplo, o México”, explicou, atribuindo essa vantagem à diversificação dos parceiros comerciais do país e sua menor dependência do mercado norte-americano.
O presidente do BC também abordou o impacto do “Liberation Day”, momento marcado pelo anúncio oficial das novas tarifas pelo governo americano, que resultou em um movimento de risk-off nos mercados. Contudo, Galípolo observou que este evento gerou incertezas sobre o papel do dólar como porto seguro, levando a um impacto menor nas moedas emergentes em comparação a episódios anteriores de aversão ao risco.