Frank Martins: ‘Um Cruzeiro x Atlético Mineiro para mostrar que as coisas estão voltando ao normal no futebol em Minas Gerais’

Frank Martins: ‘Um Cruzeiro x Atlético Mineiro para mostrar que as coisas estão voltando ao normal no futebol em Minas Gerais’

Clássico se ganha. Clássico se joga com alma. E dessa vez, com time, comando e torcida em sintonia, tem tudo pra ser mais uma afirmação de que o tempo da reconstrução ficou pra trás

Clássico é clássico — e disso o torcedor mineiro entende. Mas há momentos em que o jogo entre Cruzeiro e Atlético Mineiro simboliza mais do que a simples rivalidade: ele marca o termômetro do futebol em Minas. E o de agora, meus amigos, vem carregado de sinais de que as coisas estão, enfim, voltando ao seu devido lugar.

Vamos combinar uma coisa desde já: o Cruzeiro é o maior time de Minas Gerais. Em títulos, em história, em torcida, em tradição. A camisa azul celeste e o Mineirão são, com sobras, os maiores e mais representativos símbolos do nosso futebol. E não, isso não é arrogância. É só a realidade que os fatos sustentam há décadas.

Do último clássico pra cá, pouca coisa mudou… ou melhor, muita coisa mudou, mas pro nosso lado.

Foi aquele clássico quente no Campeonato Mineiro, marcado pela expulsão de Gabigol e um resultado que não nos favoreceu. Naquela época, o time ainda carregava resquícios do caos deixado por Fernando Diniz e de um ambiente conturbado, desorganizado, emocionalmente frágil. Hoje, o cenário é outro.

Leonardo Jardim virou o Cruzeiro do avesso, no melhor sentido. O técnico português, o maior acerto da gestão Pedrinho até aqui, não apenas organizou o time em campo. Ele reestruturou departamentos inteiros. Scout, fisiologia, relatórios, processos internos… não teve área em que ele não tenha colocado o dedo e melhorado. E o mais curioso: isso nem era tarefa dele. Mas ele fez. E fez bem.

Duvido que algum técnico brasileiro fizesse o mesmo.

A profissionalização chegou de vez à Toca da Raposa II. E chegou, enfim, com critério. O Cruzeiro é hoje o melhor mandante do Campeonato Brasileiro. Venceu todos os jogos no Mineirão. Dos 16 pontos conquistados até agora, 12 foram em casa. Tem padrão de jogo, postura, um elenco em crescimento e, o principal, torcida com esperança no que está sendo construído.

E enquanto isso, o lado de lá… bem, o lado de lá tenta causar com contratação de jogador que era banco por aqui e colocar na camisa um placar que só existe na mente deles. Esquece de pagar premiação do Estadual. Atrasou salário duas vezes só em 2025. Deve ao Cuiabá, ao Athletico, ao Botafogo, agora ao Corinthians, e mesmo assim segue mais preocupado com quanto o Cruzeiro está gastando do que com o próprio rombo. Ironia? Não. Só o ciclo da realidade se fechando.

As coisas estão voltando ao normal meus amigos…

Porque, sejamos honestos: esse papo de “contra tudo e contra todos”, de “futebol sofrido”, virou retórica do outro lado do clássico. A gente já esteve nesse lugar. Já abraçou esse discurso. Mas, sinceramente? Já deu. O Cruzeiro não precisa mais desse escudo emocional. O Cruzeiro precisa é vencer, e vai.

A era de reconstrução parece, enfim, começar a virar era de consolidação. Leonardo Jardim revelou recentemente que o clube está criando um departamento de scout alinhado ao perfil do Cruzeiro, algo que jamais poderia ter sido negligenciado num time do nosso tamanho. Isso é gestão moderna. É pensar o futebol como ele é hoje: intenso, analítico, estratégico. E isso precisa enraizar no clube como cultura, não como exceção.

É por isso que o clássico deste fim de semana é mais que um jogo. É um marco. Um símbolo. Um lembrete de que, depois de anos de crise, tropeços e incertezas, o Cruzeiro voltou a andar com passos firmes.

E quando a gente anda firme, o gigante acorda.

Se o resultado em campo ainda é incerto, porque futebol é isso mesmo, o que não deixa mais dúvida é o caminho. O Cruzeiro voltou a ser Cruzeiro. E o futebol mineiro, aos poucos, volta a se ajeitar no seu eixo natural.

Clássico se ganha. Clássico se joga com alma. E dessa vez, com time, comando e torcida em sintonia, tem tudo pra ser mais uma afirmação de que o tempo da reconstrução ficou pra trás.

Vamos juntos. Vamos com tudo.

Vamos, meu Cruzeiro guerreiro!

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Frank Martins
Frank Martins
Jornalista, cruzeirense e contador de histórias do time que fez do Mineirão o palco da eternidade. Já passei pela Itatiaia, O Tempo, Hoje em Dia, TV Rede Super e ESPN FC, mas aqui no N3 News a proposta é outra: menos noticiário, mais alma. Reflexões, memórias, causos e análises do clube que carrego 5 estrelas no peito e que me ensinou a amar o futebol. Porque ser Cruzeiro é mais do que torcer: é transformar cada jogo em memória e cada título em parte da alma dessas páginas heroicas e imortais.

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