Antes de mais nada, um aviso importante: tudo o que está escrito aqui é fruto de um devaneio, uma fantasia futebolística da minha cabeça de colunista apaixonado. Não há qualquer proposta, sondagem ou negociação oficial entre Cruzeiro e Neymar. Mas e se… ah, e se?
Era 2015, um jogo aparentemente comum de Campeonato Brasileiro no Independência. Eu estava lá e vi algo raro no futebol: aplaudir o craque adversário. Sim, a torcida do Cruzeiro ovacionou Neymar depois de uma atuação de gala com três gols e uma assistência na vitória do Santos por 4 a 0. Tiveram aplausos de ironia, mas a maioria foi de reverência. Ainda menino, Ney agradeceu e disse que o Cruzeiro seria sua segunda casa.
Dez anos depois, Neymar está novamente com vínculo ativo com o Santos, ao menos até o dia 30 de junho. Seu contrato curto termina logo após o jogo contra o Fortaleza, no Castelão, no dia 12. E, claro, já começou a novela da renovação, ou não renovação.
Segundo o que revelou o portal UOL, o retorno de Neymar ao Santos custará aos cofres santistas nada menos que R$ 105 milhões em cinco meses. Algo em torno de R$ 21 milhões por mês, isso mesmo, por mês. Apenas de salário em carteira, o craque embolsa cerca de R$ 4,14 milhões brutos. Um valor absolutamente fora da realidade de qualquer clube brasileiro… ou seria mesmo de todos?
É aqui que a imaginação entra em campo.
E se o Cruzeiro fosse o próximo destino do Neymar?
E se, ao invés de renovar com o Santos, ele escolhesse vestir azul celeste, fazer do Mineirão seu novo palco, da Toca II seu novo lar e da China Azul sua nova paixão?
Tá, os números são proibitivos. Nenhum clube brasileiro (nem o Cruzeiro, nem ninguém) consegue pagar R$ 21 milhões por mês para um jogador, nem se quisesse. Mas e se Ney aceitasse um contrato de produtividade? Com bônus por metas, bilheteria, patrocínios, imagem… Será que daria pra sonhar?
Será que Leonardo Jardim toparia?
O Mister tem perfil exigente, cobra intensidade, entrega e coletivo. Neymar, em forma, pode oferecer tudo isso. Mas será que o estilo se encaixaria? Ou Jardim preferiria manter a engrenagem mais equilibrada, sem uma estrela absoluta?
Difícil saber. Mas uma coisa é certa: se o Ney decidisse vir, a torcida do Cruzeiro ia buscá-lo no aeroporto. Em peso. De madrugada. Com batuque e camisa 11 pronta.
Neymar em BH. Ney no Mineirão. Ney dando chapéu em zagueiro adversário no clássico. Ney se reencontrando com a torcida que um dia o aplaudiu mesmo vestindo outra camisa. Parece loucura, e talvez seja mesmo. Mas qual torcedor nunca sonhou com uma contratação impossível?
Futebol também é feito disso: de devaneios, de “e se?”, de sonhos exagerados. E se eles às vezes se realizam? Basta lembrar que, há pouco tempo, ninguém achava que Gabigol vestiria a camisa do Cruzeiro. E cá está ele: fazendo gols, dando assistências e ajudando a reerguer o clube.
Portanto, sonhar não custa nada.
E se o Neymar viesse?
Fica a pergunta no ar. Ou melhor: no ar, no peito, na arquibancada e no coração do cruzeirense.