O Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou uma ação judicial contra o governador Eduardo Leite, questionando a produção de um documentário sobre as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul em 2023. A denúncia, apresentada pelo líder do PT na Assembleia Legislativa, Miguel Rossetto, alega que o filme serve como instrumento de autopromoção do governador.
A representação, encaminhada ao procurador-geral da Justiça gaúcha, argumenta que o documentário, apesar de ser apresentado como conteúdo de interesse social, funciona como uma ferramenta de promoção pessoal de Eduardo Leite, que já manifestou interesse em concorrer à Presidência da República em 2026.
Pontos principais da denúncia:
* O PT solicita a suspensão imediata da veiculação do documentário, cujo trailer está sendo exibido em cinemas do Rio Grande do Sul
* A bancada petista aponta que, em um filme de 42 minutos e 14 segundos, Eduardo Leite aparece por 9 minutos e 2 segundos, representando 21,83% do tempo total
* O partido pede a investigação por possível ato de improbidade administrativa, devido ao uso de recursos públicos na produção do filme
* A representação exige que o governador seja responsabilizado pessoalmente e faça a reparação dos danos causados ao erário público
Na representação, o PT argumenta que “o que se vê nitidamente é uma peça de publicidade cujo objetivo é promover nacionalmente a imagem do senhor governador com vistas a projetá-lo enquanto futuro candidato ao cargo de Presidente da República, e para tanto se beneficia da estrutura e dos parcos recursos financeiros do Estado que dirige”.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que atuou como ministro da reconstrução do Rio Grande do Sul, criticou duramente a iniciativa: “Imagina se eu, como ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, tivesse produzido em documentário comigo e com Lula sobre nossas ações no Rio Grande do Sul? O que Leite fez é um escândalo. Ele só fez isso porque tem certeza da impunidade”.
O partido alega ainda que o documentário não retrata adequadamente o papel dos gaúchos durante a tragédia de 2024 nem as ações do governo estadual, concentrando-se excessivamente na figura do governador Eduardo Leite. O PT já indicou que pretende tomar medidas adicionais contra o governador.