Reflexões sobre como sair da rotina e viver em grupo pode despertar novas percepções e promover crescimento pessoal
Algumas vezes, as mudanças em nossas rotinas nos permitem perceber movimentos e habilidades diferentes, que não conhecíamos ou que estavam esquecidos em algum lugar.
O fato de sairmos do dia a dia, onde as tarefas nos cobram organização e rotina, e “roubar” um tempo para deixar a mente flutuar, com novos insights, nos mostra como ela fica mais alerta e perceptiva.
Em uma viagem recente, tudo era completamente diferente: eu estava em um grupo com amigas conhecidas e outras ainda não. Compartilhávamos passeios, aulas, restaurantes, museus… e isso exigia um esforço constante de adaptação. Percebi que estar naquele grupo pedia flexibilidade para aceitar o novo e situações inesperadas. Era preciso uma escuta atenta às falas e trocas, muitas vezes rápidas e confusas, já que éramos muitas, cada uma com suas singularidades e malas emocionais bem carregadas. Esse foi um dos grandes desafios.
Quando nos abrimos para estar com os outros, saímos de um lugar conhecido e seguro para um território desconhecido. Mas, à medida que as trocas se estabelecem, percebemos que há riqueza nas diferenças. Passamos a enxergar o outro como alguém que traz saberes e conhecimentos valiosos, que nos permitem crescer, pois exigem que trabalhemos com novas áreas de nossas cognições.
Entendi que uma viagem em grupo acontece em diferentes planos: no emocional interno, nos ajustes para nos adaptarmos e também na forma como as paisagens que descobrimos promovem uma interação entre nosso mundo interior e o modo como nos relacionamos.
Dessas interações, percebemos a magia das sobreposições que surgem ao sair da rotina. É isso que nos conecta mais profundamente com o mundo e com nosso crescimento individual.