Os Correios enfrentam uma situação crítica após registrar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2023, levando a direção da empresa a anunciar uma série de medidas para redução de despesas. Em resposta, os trabalhadores da estatal solicitam a criação de um comitê de crise para discutir a situação da empresa.
A empresa anunciou um plano para economizar R$ 1,5 bilhão este ano, incluindo diversas medidas de reestruturação. Em comunicado, os Correios afirmaram que o objetivo é “fortalecer a sustentabilidade financeira da empresa e garantir a continuidade dos serviços prestados à população”.
* Prorrogação do programa de desligamento voluntário (PDV) até 18 de maio
* Revisão da estrutura da sede, com redução de 20% no orçamento de funções
* Lançamento de novos planos de saúde, visando economia de 30%
* Compartilhamento de unidades operacionais
* Venda de imóveis ociosos
* Revisão de contratos e reestruturação da rede de tratamento
* Otimização da malha operacional e logística
* Lançamento de plataforma de e-commerce
* Captação de R$ 3,8 bilhões junto ao New Development Bank (NDB)
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores (Findetec) considera indispensável a abertura de um canal de diálogo permanente entre gestão e trabalhadores. Em documento enviado ao presidente Lula, a federação argumenta que “mudanças estruturais só têm efetividade quando debatidas com quem opera a empresa diariamente”.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect) anunciou o lançamento de um Comitê em Defesa dos Correios na Câmara dos Deputados. Os trabalhadores reivindicam a suspensão das medidas que afetem direitos e serviços durante o processo de diálogo, além da devolução de aproximadamente R$ 3 bilhões em dividendos pagos ao governo federal entre 2011 e 2013.
Segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2017, os Correios apresentaram deterioração significativa em sua capacidade de pagamento entre 2011 e 2016, com aumento do endividamento e redução de aproximadamente 92,63% do patrimônio líquido no período.
As entidades trabalhistas argumentam que a retirada de recursos resultou em queda no capital de giro e redução de investimentos essenciais, contribuindo para o atual cenário de endividamento da empresa. Até o momento, os Correios não se manifestaram sobre a abertura de canais de diálogo com os trabalhadores.