Carlos Lupi deixou o cargo de ministro da Previdência Social nesta sexta-feira (2) após o escândalo envolvendo fraudes no INSS. A decisão veio nove dias após uma operação da Polícia Federal revelar um esquema de descontos indevidos que afetou mais de 4 milhões de pensionistas e aposentados.
A situação do ministro se tornou insustentável após sua gestão da crise ser considerada inadequada pelo governo. Lupi foi convocado para uma reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto, onde a saída foi oficializada.
* Em junho de 2023, Lupi foi alertado sobre indícios de fraudes no INSS durante reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, mas as medidas de apuração só começaram quase um ano depois
* Na quarta-feira (23), uma operação conjunta da Polícia Federal e CGU descobriu um esquema de descontos indevidos de mensalidades para associações
* Lupi tentou proteger Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS e filiado ao PDT, que acabou sendo demitido por ordem direta do presidente Lula
* O presidente nomeou novo comando para o INSS sem consultar Lupi, sinalizando seu descontentamento com a gestão da crise
Após deixar o cargo, Carlos Lupi divulgou uma carta em rede social afirmando que seu nome não foi citado nas investigações em curso e que apoiou todas as apurações desde o início. Ele também se comprometeu a continuar colaborando com o governo para a devolução integral dos recursos desviados.
Wolney Queiroz, que era secretário-executivo do Ministério da Previdência, foi nomeado como novo ministro. Filiado ao PDT desde 1992 e com seis mandatos como deputado federal por Pernambuco, Queiroz participou da mesma reunião em junho de 2023 onde foram apresentados os primeiros indícios das fraudes.