Bolsa brasileira mantém atração de capital estrangeiro

Bolsa brasileira mantém atração de capital estrangeiro

Mesmo após acordo EUA-China, investidores internacionais seguem apostando no mercado brasileiro, motivados pela expectativa de queda na Selic

O mercado acionário brasileiro continua atraindo investimentos estrangeiros, mesmo após o recente acordo tarifário entre Estados Unidos e China. Este cenário positivo se mantém apesar da renovada atratividade das ações norte-americanas, demonstrando a força do mercado brasileiro no cenário global.

A entrada de capital estrangeiro na Bolsa brasileira tem se mostrado consistente, com números expressivos registrados pela B3. Após o anúncio da trégua comercial entre EUA e China, o fluxo de investimentos manteve-se robusto:

* Na segunda-feira, 12, o mercado registrou entrada líquida de R$ 561,5 milhões em investimentos estrangeiros
* Na terça-feira, o volume alcançou R$ 1,8 bilhão, superando inclusive os investidores institucionais que aportaram R$ 1,4 bilhão
* Na quarta-feira, foram registrados mais R$ 873,1 milhões em investimentos estrangeiros

O acumulado do ano já apresenta saldo positivo de R$ 19,8 bilhões em investimentos estrangeiros na B3, sendo R$ 9,3 bilhões apenas em maio. Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, projeta otimismo: “O fluxo estrangeiro continuará vindo para o Brasil. Não seria loucura sonhar com uma entrada na faixa entre R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões em 2025”.

Diversos fatores contribuem para manter o interesse dos investidores internacionais no mercado brasileiro. O aumento da incerteza nos Estados Unidos tem levado investidores a diversificarem suas posições em outros mercados. Segundo Pedro Grimaldi, head de estratégia Brasil do Bradesco BBI, “a diversificação geográfica nas carteiras globais veio para ficar, o que é positivo tanto para mercados desenvolvidos que não são os EUA quanto para emergentes, inclusive o Brasil”.

As empresas brasileiras apresentam valuations atrativos, negociando com desconto em relação às médias históricas, enquanto mercados globais e o S&P 500 operam com prêmio próximo a 10%. Além disso, a expectativa de redução da taxa Selic no final deste ano ou início de 2026 surge como um catalisador adicional para novos investimentos.

Marcelo Nantes, head de renda variável do ASA, destaca que o Brasil começou a entrar no radar do investidor estrangeiro, especialmente em um momento de dólar mais fraco e menor atratividade da bolsa americana. A perspectiva de início do ciclo de corte de juros tem sido um diferencial importante para despertar o interesse em mercados emergentes, com o Brasil em posição de destaque.

O cenário atual indica uma tendência de continuidade no fluxo de investimentos estrangeiros para o mercado brasileiro, sustentada tanto por fatores domésticos quanto externos, reforçando a posição do país como destino atrativo para o capital internacional.

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