Zema enfrenta MP por terceirização de Hospital Maria Amélia Lins

Zema enfrenta MP por terceirização de Hospital Maria Amélia Lins

Governo de Minas tenta terceirizar Hospital Maria Amélia Lins em BH, gerando embate com Ministério Público e servidores sobre fechamento de leitos

O governo de Romeu Zema (Novo) está enfrentando uma disputa judicial com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) devido à tentativa de terceirização do Hospital Maria Amélia Lins, unidade de referência em ortopedia em Belo Horizonte. A controvérsia se intensificou após o fechamento de 41 leitos e um centro cirúrgico nos últimos dois anos.

O hospital, que atende cerca de 3.000 pessoas mensalmente, funciona como complemento ao Hospital João 23, realizando serviços de ortopedia e cirurgia plástica no pós-atendimento. A situação atual gerou uma série de desdobramentos:

* O MPMG solicitou multa de R$ 1 milhão contra o governo estadual e R$ 10 mil contra o secretário de saúde, Fábio Baccheretti, além da retomada imediata dos serviços hospitalares.

* O consórcio Icismep, formado por 98 municípios mineiros, venceu o edital para administrar o hospital por cinco anos, renovável por igual período, com pagamento por cirurgia realizada.

* O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) suspendeu a assinatura do contrato para nova análise, causando instabilidade nos serviços e redução drástica nas internações.

O secretário de saúde, Fábio Baccheretti, defende que a terceirização visa reduzir a fila de cirurgias eletivas no estado, que em Belo Horizonte ultrapassa 30 mil procedimentos. “Belo Horizonte também tem uma fila de mais de 30 mil cirurgias, porque na urgência, a emergência ocupa sempre os blocos cirúrgicos”, argumenta.

Os servidores, por sua vez, contestam a medida. Andrea Fontenelle, diretora clínica do hospital, afirma que “a gente está na tentativa de reabertura plena do hospital” e que “o maior sofrimento, como sempre, é da população”.

Entre 2019 e 2024, o hospital realizou 15.887 procedimentos cirúrgicos, conforme dados do Portal de Dados Abertos do Estado. Baccheretti justifica que o fechamento dos leitos foi motivado por reformas e problemas em equipamentos, rejeitando acusações de sucateamento deliberado.

O governo Zema defende o modelo de terceirização como forma de modernização da gestão hospitalar, citando exemplos de estados vizinhos como São Paulo e Espírito Santo. A administração aguarda apenas o aval do TCE-MG para implementar a nova gestão, com previsão de retomada dos serviços em até 30 dias após a assinatura do contrato.

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