Em uma reviravolta na guerra comercial entre Estados Unidos e China, o presidente Donald Trump moderou sua postura ao isentar produtos tecnológicos das tarifas massivas impostas aos produtos chineses. A decisão, anunciada pelo Serviço de Aduanas americano, beneficia principalmente gigantes do setor como a Apple.
A medida exclui smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos das tarifas de 145% aplicadas aos produtos chineses que entram nos EUA. Os semicondutores também foram isentos da tarifa aduaneira de 10% que os Estados Unidos aplicam à maioria dos produtos, independentemente da origem.
* Trump anunciou na quarta-feira um aumento de 125% nas tarifas sobre produtos chineses, após já ter imposto anteriormente tarifas de 20% a Pequim, alegando que o país abriga laboratórios envolvidos na produção de fentanil
* Como retaliação, a China aumentou na sexta-feira as tarifas sobre todos os produtos americanos para 125%, medida que entrou em vigor no sábado
* O governo americano concedeu alívio a cerca de 60 parceiros comerciais, liberando-os das sobretaxas punitivas por 90 dias
Daniel Ives, analista da Wedbush Securities, classificou a isenção como “a melhor notícia possível para os investidores do setor tecnológico”. Segundo ele, sem essas isenções, “a indústria tecnológica americana teria retrocedido dez anos e a revolução da Inteligência Artificial teria desacelerado consideravelmente”.
Enquanto Trump se mostra “otimista” quanto a um acordo com Pequim, a China considera a política alfandegária americana uma “farsa” e um “jogo de números”, anunciando que apresentará uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O ministro do comércio chinês, Wang Wentao, alertou que as tarifas americanas podem “causar sérios danos aos países em desenvolvimento” e até “desencadear uma crise humanitária”. Dados mostram que os Estados Unidos absorvem 16,4% das exportações chinesas, em um intercâmbio de aproximadamente 500 bilhões de dólares, favorável à China.