O Senado dos Estados Unidos aprovou durante a madrugada um projeto orçamentário republicano que busca estender os cortes de impostos implementados pelo ex-presidente Donald Trump em 2017, além de propor uma redução significativa nos gastos governamentais americanos.
A votação, que se estendeu por toda a noite em uma longa sessão legislativa, abriu caminho para uma manobra que permitirá aos republicanos evitar a obstrução no Senado e aprovar os cortes de impostos ainda este ano, sem necessidade dos votos democratas.
* Analistas independentes projetam que a medida poderá adicionar aproximadamente US$5,7 trilhões à dívida federal nos próximos dez anos, embora os republicanos argumentem que o custo real seja de US$1,5 trilhão
* O plano prevê um aumento do teto da dívida federal em US$5 trilhões, medida necessária até meados do ano para evitar o risco de inadimplência da dívida atual de US$36,6 trilhões
* A proposta inclui compensações parciais através de cortes em gastos governamentais, gerando preocupação entre democratas sobre possíveis impactos no programa Medicaid
* A senadora Lindsey Graham, presidente republicana do Comitê de Orçamento, alertou que o fim dos cortes de impostos de 2017 resultaria em um aumento de 22% nos impostos para o contribuinte médio
* O líder democrata Chuck Schumer criticou duramente o projeto, classificando-o como “veneno” e argumentando que beneficia principalmente os mais ricos
* O senador republicano Rand Paul expressou preocupação com o aumento da dívida em US$5 trilhões, questionando a efetividade das economias propostas
O projeto mantém a redução do imposto corporativo de 35% para 21%, estabelecida em 2017, que não tem previsão de expirar. Durante o debate, que começou na quinta-feira, os democratas apresentaram diversas emendas sobre temas como proteção dos benefícios da Previdência Social e assistência a veteranos, mas a maioria foi rejeitada pelos republicanos.
O plano orçamentário também contempla recursos para reforçar a segurança na fronteira com o México e intensificar as deportações de imigrantes, alinhando-se com as políticas anteriormente defendidas por Trump.