Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, intensificou suas críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, causando forte impacto nos mercados financeiros globais. As declarações, focadas na política monetária e acusações de favoritismo político, provocaram quedas significativas nas principais bolsas americanas.
Em publicação no Truth Social, Trump atacou Powell, chamando-o de “Sr. tarde demais” e argumentando que “praticamente não há inflação” no país. O ex-presidente defendeu a necessidade de “cortes preventivos” nas taxas de juros e comparou a política monetária americana com a do Banco Central Europeu (BCE).
Principais pontos do embate:
* Trump acusou Powell de favorecer politicamente o governo Biden, alegando que o presidente do Fed reduziu juros para ajudar “o sonolento Joe Biden, e depois Kamala [Harris]”
* O presidente destacou que os custos estão em tendência de queda e argumentou que a manutenção dos juros altos pode provocar desaceleração econômica
* As críticas de Trump coincidiram com a manutenção da taxa de juros americana no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano pelo Fed
A reação do mercado foi imediata e negativa. Os principais índices de Wall Street registraram quedas superiores a 2%, com o Dow Jones recuando 2,48% e o Nasdaq 2,46%, evidenciando um movimento de fuga de ativos de risco.
As incertezas são ampliadas pelo aumento das tarifas de importação impostas por Trump, que têm impacto direto na inflação e tornam o cenário mais complexo para a redução dos juros. Powell já sinalizou que as medidas protecionistas representam risco para as metas do Fed.
A independência do Fed, similar ao modelo adotado pelo Banco Central brasileiro desde 2021, impede que o presidente americano demita diretamente o presidente da instituição, embora o governo Trump tente contestar essa proibição.