Tarifa Social zerará conta de luz para 16 milhões

Tarifa Social zerará conta de luz para 16 milhões

Proposta do governo prevê isenção total para famílias de baixa renda que consomem até 80 kWh e benefícios para outros 21 milhões de brasileiros

O Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, apresentou uma proposta à Casa Civil que pode transformar significativamente o sistema de Tarifa Social de energia elétrica no Brasil. O projeto prevê zerar a conta de luz para aproximadamente 16 milhões de famílias e oferecer descontos substanciais para outros 21 milhões de consumidores.

A reforma do setor elétrico, ainda em análise pelo governo, propõe uma simplificação significativa nas regras da Tarifa Social. Atualmente, o sistema oferece descontos progressivos que variam de acordo com o consumo, beneficiando famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico, idosos acima de 65 anos que recebem BPC, além de indígenas e quilombolas participantes de programas sociais.

Principais mudanças propostas:

* Famílias que consomem até 80 kWh por mês terão isenção total da conta de luz, beneficiando cerca de 16 milhões de famílias
* Consumidores que ultrapassarem 80 kWh mensais perderão o desconto atual, mas poderão receber isenção da taxa da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) se consumirem até 120 kWh por mês
* Aproximadamente 21 milhões de famílias poderão ter redução média de 11,8% em suas contas de energia

Impactos e compensações:

* O governo reconhece que haverá aumento nos custos totais dos descontos concedidos
* Para neutralizar o impacto, propõe-se uma redistribuição mais equitativa dos encargos setoriais
* Os custos das usinas nucleares Angra 1 e 2 serão divididos entre todos os consumidores, não apenas os clientes cativos

A proposta também inclui uma significativa expansão do mercado livre de energia, com implementação gradual a partir de março de 2027. O cronograma prevê que indústrias e comércios sejam os primeiros beneficiados, seguidos pelos consumidores residenciais em março de 2028.

Clarice Ferraz, economista e diretora do Instituto Ilumina, alerta sobre possíveis riscos da expansão do mercado livre para a manutenção do setor elétrico, uma vez que os contratos nessa modalidade não incluem taxas que sustentam a estrutura do sistema. O Ministério de Minas e Energia assegura que a proposta inclui mecanismos para garantir a sustentabilidade do setor através de uma redistribuição adequada das obrigações.

A implementação dessas mudanças ainda depende de aprovação no Congresso Nacional, representando um esforço significativo para tornar o acesso à energia elétrica mais justo e acessível para milhões de brasileiros.

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