A gigante chinesa do varejo Shein implementou um aumento significativo nos preços de seus produtos nos Estados Unidos, antecipando-se às novas tarifas alfandegárias anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump. A medida, que entrou em vigor na última sexta-feira (25 de abril), afetou diversas categorias de produtos, com alguns itens registrando aumentos superiores a 300%.
De acordo com um levantamento da Bloomberg News, os impactos do reajuste foram sentidos em diferentes segmentos do catálogo da Shein:
* Na categoria de beleza e saúde, os cem principais produtos tiveram um aumento médio de 51% desde quinta-feira (24), com diversos itens dobrando de valor
* O setor de produtos domésticos registrou elevação média superior a 30%, com destaque para um conjunto de panos de cozinha que sofreu um aumento expressivo de 377%
* Utensílios de cozinha e brinquedos também foram afetados pela nova política de preços da empresa
A decisão da Shein surge como resposta ao anúncio feito por Trump em abril, que determinou o fim de uma isenção fiscal que beneficiava importações chinesas avaliadas em até US$ 800 (aproximadamente R$ 4,5 mil). Além disso, a Casa Branca estabeleceu um aumento na taxa por item postal para R$ 100 a partir de 2 de maio, com previsão de novos reajustes em junho.
Em resposta a essas mudanças, consumidores norte-americanos começaram a estocar produtos tanto da Shein quanto da Temu, outro marketplace chinês, buscando se proteger dos aumentos iminentes. A situação remete a uma medida similar adotada pelo governo brasileiro, que implementou uma alíquota de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50.
Com o acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, especialistas preveem que o cenário pode se agravar nos próximos meses, afetando ainda mais o comércio eletrônico internacional.