Aproximadamente 300 agentes da força de segurança pública de Minas Gerais realizaram uma manifestação nesta terça-feira (8 de abril), bloqueando a avenida Afonso Pena, na altura da praça Sete, no hipercentro de Belo Horizonte. O protesto tem como alvo principal o governador Romeu Zema (Novo), devido à falta de recomposição salarial e investimentos no setor.
Segundo Marcelo Horta, presidente do sindicato dos escrivães da polícia civil do estado de Minas Gerais, a categoria acumula uma perda inflacionária de 74,89% em dez anos. “Estamos com uma perda inflacionária de 74,89%, de um acumulado de dez anos. Nesse tempo, houve uma negociação considerando até 2022, e desse total, apenas 13% foi pago. Ou seja, ele propôs três recomposições, só que ele pagou só uma e deu calote em duas”, explicou.
* O movimento conta com a participação de oito associações de policiais militares e bombeiros, além de oito sindicatos de policiais civis, penais e socioeducativos, que exigem diálogo com a administração estadual.
* Os manifestantes acusam o governador Zema pelo aumento da violência em Minas Gerais, citando casos recentes de sequestro e a invasão de facções criminosas do Rio de Janeiro e São Paulo.
* A categoria afirma que pretende ampliar o movimento caso necessário, sem descartar uma possível paralisação das atividades.
“A gente sempre tenta conversar com o governo, mas o governador Romeu Zema não tem diálogo com as forças de segurança, ele usa o serviço das forças de segurança para fazer marketing pessoal, para fazer marketing de governo, no entanto, não reconhece a importância que a segurança pública realmente necessita”, afirmou Horta.
O sargento Monteiro, vereador em Teófilo Otoni e presidente da Comissão de Segurança Pública da cidade, destacou que os municípios estão sendo forçados a assumir responsabilidades do estado. “Os municípios estão assumindo uma responsabilidade que é do governo estadual. A constituição é clara quando diz que a segurança pública é de dever do estado, mas diante dessa situação, o governador tem feito os municípios adiantarem a Guarda Municipal”, declarou.
A manifestação teve início às 9h, com previsão de seguir em direção à Assembleia Legislativa. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto.