A implementação do Plano Real em 1994 marcou profundamente a história econômica de Mato Grosso do Sul, especialmente nas regiões de fronteira e no Pantanal. A TV Morena documentou os momentos cruciais da transição monetária, revelando um cenário de adaptação complexo e desafiador para a população sul-mato-grossense.
O primeiro dia do novo sistema monetário foi marcado por eventos significativos que demonstraram o impacto imediato da mudança:
* Nas cidades fronteiriças com Paraguai e Bolívia, a situação foi particularmente complexa. Em Ponta Porã (MS), os comerciantes e consumidores precisavam lidar simultaneamente com três moedas diferentes: dólar ($), Cruzeiro real (CR) e real (R$).
* Estabelecimentos comerciais chegaram a fechar as portas temporariamente para realizar a conversão das moedas, causando transtornos aos consumidores.
* As casas de câmbio enfrentaram escassez de dinheiro, gerando filas e confusão entre os clientes que buscavam realizar trocas monetárias.
O Plano Real surgiu como uma solução necessária para combater a hiperinflação que assolava o país. Em 1992, o Brasil enfrentava uma inflação superior a 2.000% ao ano, cenário em que os preços dos produtos básicos sofriam reajustes diários, às vezes múltiplas vezes no mesmo dia.
A implementação do plano representou uma tentativa de estabilização econômica após anos de política expansionista durante o regime militar, que havia resultado em elevado endividamento público em nome do crescimento econômico.
Três décadas depois, análises mostram uma significativa desvalorização da moeda. Conforme dados da Agência Brasil, o real perdeu 87% de seu valor de compra: uma nota de R$ 5 em 2024 possui poder aquisitivo equivalente a apenas 64 centavos de 1994, ano de seu lançamento.