Pamela Coke-Hamilton, diretora-executiva do International Trade Centre (ITC), agência vinculada à ONU, emitiu um alerta significativo sobre o impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos no comércio global. Segundo a economista, estas medidas podem resultar em uma redução de 3% no comércio mundial.
Em comunicado divulgado na última sexta-feira, Coke-Hamilton enfatizou que a combinação das tarifas americanas e as retaliações de outros países pode ter consequências substanciais para a economia global. “Haverá uma reavaliação de alianças globais, mudanças geopolíticas e econômicas”, afirmou a diretora.
Pontos principais do impacto das medidas tarifárias:
* A Casa Branca anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, excluindo a China, onde as taxas atingem 145%. Em resposta, Pequim elevou suas tarifas sobre produtos americanos para 125%.
* Os países mais afetados incluem México, China, Tailândia e nações do sul da África. O México teve suas exportações “altamente impactadas”, redirecionando-as para Canadá, Brasil e Índia.
* O Vietnã está adaptando sua estratégia comercial, desviando vendas dos EUA e China para mercados alternativos como União Europeia e Coreia do Sul.
* Economias emergentes como Lesoto, Camboja e Mianmar encontram-se especialmente vulneráveis devido à sua limitada diversidade industrial.
Pamela Coke-Hamilton ressaltou que, embora o comércio entre EUA e China represente apenas 3% a 4% do total global, “há 96% ainda ativo”. A economista alertou que “a instabilidade e a imprevisibilidade afetam decisões em tempo real”.
A diretora do ITC concluiu enfatizando que “se houve um momento para diversificação e integração regional, é agora”, destacando que a incerteza prolongada representa uma ameaça à estabilidade do sistema econômico mundial. O cenário atual pode resultar em uma redução significativa de 0,7% no PIB global e uma potencial redefinição das cadeias de suprimentos internacionais.