Um estudo da empresa BrandLovers revelou que mais da metade dos investimentos em marketing de influência no Brasil são desperdiçados por três motivos: a escolha errada de creators, a precificação ineficaz e a segmentação desalinhada
Você já parou para pensar em quanto custa uma escolha mal feita? No universo das marcas, esse custo pode passar de um bilhão de reais. Sim, mais precisamente R$ 1,57 bilhão desperdiçado todos os anos em campanhas com influenciadores.
O marketing de influência movimenta mais de R$ 2,18 bilhões por ano no Brasil. Mas, segundo o estudo da BrandLovers (2025), cerca de R$ 1,57 bilhão desse valor é desperdiçado anualmente. Isso representa dois terços dos orçamentos destinados a campanhas com creators.
“É como se você comprasse uma pizza e, na hora da entrega, chegassem apenas 1/3 das fatias que você pediu, com a diferença de que, no caso do dinheiro perdido nas campanhas, estamos falando de uma frustração bem maior.” – Rapha Avellar, Fundador & CEO da BrandLovers
Por que isso acontece?
Porque boa parte das marcas ainda escolhe creators pela métrica mais visível — número de seguidores — e não pelas variáveis que realmente importam: engajamento, fit com a audiência e custo por visualização (CPView).
Quando marcas apostam apenas na popularidade, deixam de lado o que realmente importa: o impacto real. É como colocar todos os ovos em uma cesta de seguidores — bonita, chamativa, mas oca por dentro.
O que isso significa na prática? Significa que muitas marcas ainda estão comprando imagem ao invés de investirem resultado.
Da era da TV à era da influência: o que aprendemos (ou não)?
Se olharmos para os estágios da mídia, veremos uma transição clara. Saímos do palco central da televisão, onde a mensagem era massiva e inegociável, passamos pelos portais e redes sociais, e agora vivemos a era da influência — onde a confiança está nas mãos (e nas vozes) de pessoas reais.
Mas será que aprendemos a usar esse novo palco com inteligência?
Na minha visão, ainda estamos presos a métricas ultrapassadas. Seguidores não são garantia de atenção. Curtidas não compram produtos. E creators com milhões de views não necessariamente geram conversão. O verdadeiro valor está na capacidade de um criador de gerar conexão genuína com sua comunidade. Não estamos falando de falta de verba — estamos falando de falta de estratégia.
Micro vs. Macro: o que realmente importa?
Muita gente ainda acredita que o tamanho da audiência é o que define o sucesso de uma campanha. Mas os dados mostram o contrário: micro creators entregam até 65% mais eficiência por visualização do que grandes nomes. Por quê? Porque falam com nichos, com autenticidade, com verdade. E isso, no fim do dia, vale mais do que qualquer gráfico de alcance.
Na minha experiência com marcas que desejam gerar valor de verdade, o maior diferencial está em parar de buscar celebridades e começar a buscar relevância. O mercado está gritando por uma nova abordagem — e essa abordagem é mais científica, mais técnica, mais precisa.
Campanhas de influência precisam de dados, não de achismo
Estamos prontos para trocar o “eu acho” pelo “eu sei”? Para deixar a estética e os números vazios de lado e investir em dados reais, em algoritmos que nos ajudam a encontrar as pessoas certas, com a mensagem certa, no momento certo? Isso exige que as marcas migrem de um modelo subjetivo para uma abordagem orientada por dados.
Antes: número de seguidores como critério principal
Agora: métricas como CPView, compatibilidade de público, retenção e conversão
Antes: afinidade estética e associação de imagem
Agora: análise de impacto real, com otimização contínua baseada em dados
Segundo o estudo, marcas que adotaram algoritmos preditivos reduziram custos em mais de 60% e aumentaram o impacto em até 150%.
O marketing de influência precisa adotar o mesmo nível de ciência, dados e automação que vemos em canais como Google Ads e Meta Ads. Isso inclui:
O futuro não está em seguir o maior. Está em investir no mais eficiente.
O marketing de influência não é mais o futuro. É o agora. Mas só faz sentido se for feito com inteligência e, acima de tudo, com propósito. Na minha visão, não é um território de intuição ou achismo é um canal de mídia. E, como toda mídia, precisa de dados, tecnologia, previsibilidade e retorno mensurável. Porque no final, não é sobre o número de seguidores. É sobre quantas pessoas foram de fato tocadas pela sua marca. E isso… não tem como comprar.
Vamos Refletir?
❍-❐