O Japão enfrenta uma possível perda significativa em suas exportações automotivas para os Estados Unidos, após a implementação de novas tarifas pelo governo americano. A medida pode resultar em uma redução de US$17 bilhões nas exportações japonesas do setor, segundo informações do Centro de Comércio Internacional (ITC), órgão vinculado à ONU.
O impacto é particularmente preocupante considerando que o setor automotivo representa 20% do total das exportações japonesas, com os Estados Unidos sendo seu principal mercado consumidor. A decisão do presidente Donald Trump de impor uma sobretaxa de 25% sobre o setor automotivo afeta diretamente esta importante relação comercial.
* O governo americano confirmou tarifas globais de 25% sobre carros e caminhões, com implementação adicional de tarifas sobre importações de peças automotivas prevista para 3 de maio
* As medidas afetam mais de US$460 bilhões em importações anuais de veículos e autopeças pelos EUA
* Julia Spies, chefe de comércio e inteligência de mercado do ITC, declarou: “O setor automotivo do Japão compreende 20% do total das exportações do país e a maioria das exportações é destinada ao mercado dos EUA. Agora, a tarifa fixa de 25% sobre o setor que entrou em vigor ontem significa que o Japão pode perder US$17 bilhões em potencial de exportação nos EUA, de acordo com nossos cálculos”
Além do Japão, países como Eslováquia e Honduras também estão altamente expostos às novas tarifas americanas sobre automóveis. No entanto, segundo Spies, existem mercados alternativos que podem compensar parcialmente as perdas: “Mercados como China, Alemanha, Filipinas e Tailândia possuem um potencial de exportação não realizado para veículos japoneses que corresponde à perda estimada no mercado dos EUA”.
O impacto dessas medidas não se limita apenas aos países exportadores. Segundo a consultoria Anderson Economic Group, os consumidores norte-americanos podem enfrentar custos adicionais superiores a US$30 bilhões no primeiro ano, devido ao aumento nos preços dos veículos e à consequente redução nas vendas. Vale ressaltar que, conforme dados da GlobalData, quase metade dos carros vendidos nos EUA no ano anterior foram importados.