Os preços do petróleo registraram alta significativa nesta sexta-feira (11), impulsionados principalmente pela crescente pressão dos Estados Unidos sobre o Irã, situação que pode impactar substancialmente a oferta global de petróleo. O Brent do Mar do Norte fechou em alta de 2,26%, cotado a 64,76 dólares o barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) avançou 2,38%, atingindo 61,50 dólares.
O cenário geopolítico intensificou-se com o Irã voltando ao centro das atenções internacionais. Conforme destacado por John Kilduff, da Again Capital, à AFP, “o Irã está novamente na mira” dos americanos. O país persa, que busca estabelecer um acordo “sério e justo” com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear, prepara-se para diálogos em Omã, mesmo diante de ameaças do presidente americano Donald Trump.
* O secretário americano da Energia, Chris Wright, indicou a possibilidade dos Estados Unidos bloquearem as exportações iranianas de petróleo como forma de pressão sobre o programa nuclear de Teerã
* O Irã, nono maior produtor mundial de petróleo cru em 2023, segundo a EIA, possui as terceiras maiores reservas comprovadas do mundo, atrás apenas da Venezuela e Arábia Saudita
* Trump ameaçou aumentar em 25% as tarifas sobre mercadorias de países que comprarem petróleo venezuelano, adicionando mais pressão ao mercado
A situação torna-se ainda mais complexa considerando o panorama global do setor petrolífero. Segundo Kilduff, “Se eliminarem as exportações iranianas e buscarem reduzir as exportações venezuelanas, (…) o panorama do petróleo ficará completamente diferente”. O analista ainda acrescenta que “Teríamos perdido tanta oferta que qualquer queda da demanda gerada pelas tarifas será mais que compensada por estes barris perdidos”.
As negociações entre Estados Unidos e Irã acontecerão em um momento de elevada tensão, com a ameaça de intervenção militar americana pairando sobre as discussões, além das novas sanções direcionadas ao programa nuclear e ao setor petroleiro iraniano.