Haddad defende tributação de super ricos no IR para compensar isenção até R$ 5 mil

Haddad defende tributação de super ricos no IR para compensar isenção até R$ 5 mil

Ministro da Fazenda afirma que taxação de pessoas com renda superior a R$ 50 mil mensais é única alternativa para compensar isenção até R$ 5 mil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (23) a necessidade de tributar pessoas com renda mensal superior a R$ 50 mil como única alternativa para compensar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Durante sua participação no evento CNN Talks, em Brasília, o ministro apresentou argumentos baseados na Lei de Responsabilidade Fiscal para sustentar o modelo proposto no projeto de lei enviado ao Congresso Nacional.

“Eu não tenho outro caminho a não ser esse, tenho que compensar a renúncia de quem ganha até R$ 5 mil com a cobrança de quem não paga. Pode ser outro gasto tributário, nós optamos por este gasto tributário. […] Chegamos a um desenho muito satisfatório. Não vai machucar ninguém”, afirmou Haddad.

Segundo o ministro, a nova tributação afetará apenas 141 mil brasileiros que possuem renda anual superior a R$ 1 milhão e que, devido a diversas brechas, atualmente não pagam impostos. A proposta estabelece uma taxa mínima de 10% sobre a renda desse grupo. “Encontrar uma solução mais justa que essa, eu não conheço. Até porque não foi apresentada nenhuma ainda. Ela corrige uma injustiça social muito flagrante e que ninguém até agora quis botar o dedo”, complementou.

O projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados, sob relatoria de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Casa. A expectativa é que uma comissão especial seja instalada nos próximos dias para discutir a proposta, antes de seu encaminhamento ao plenário.

Durante o evento, Haddad também abordou o cenário econômico global, comentando sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China. O ministro classificou a situação como uma “novela que vai se arrastar” e descartou o risco de recessão no Brasil, projetando um crescimento do PIB superior aos 2% previstos pelo mercado financeiro.

“Difícil acreditar que tarifas impostas mutuamente vão se manter, desorganizaria demais as cadeias produtivas globais. […] Continuo prevendo um crescimento neste ano e torno de 2,5%, mas a depender dos desdobramentos da guerra comercial, podemos ter efeitos globais deletérios, afetando todos os países”, concluiu o ministro.

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