Galípolo defende taxa Selic atual no Senado

Galípolo defende taxa Selic atual no Senado

Presidente do BC justifica juros altos devido ao “dinamismo excepcional” da economia brasileira e pressões inflacionárias em audiência na CAE

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu a atual taxa de juros do Brasil durante reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O Brasil mantém a quarta maior taxa de juros reais do mundo, atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia, segundo dados da consultoria Moneyou.

Durante sua exposição na CAE, Galípolo argumentou que a economia brasileira apresenta um “dinamismo excepcional”, o que tem gerado pressões inflacionárias além da meta estabelecida, especialmente no setor de alimentos. Este cenário, segundo ele, justifica a elevação da taxa Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano.

* O presidente do BC destacou que o atual cenário de guerra de tarifas contribui para a manutenção das altas taxas de juros no Brasil, afirmando que “Estamos em um ambiente de elevada incerteza, tanto sobre o que deve ocorrer, quanto sobre quais são as consequências da aplicação das tarifas”.

* Apesar das incertezas, Galípolo indicou que o Brasil pode se tornar um destino seguro para investimentos devido à diversificação de sua pauta comercial e ao peso significativo do mercado doméstico na economia.

Senadores presentes na reunião manifestaram críticas à política monetária atual. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) expressou preocupação com os impactos nos setores produtivos: “Eu venho do setor da indústria e esse setor está padecendo muito, como o setor de serviço, do comércio, do agro”.

O senador Cid Gomes (PSDB-CE) foi mais enfático em suas críticas, argumentando que apenas uma pequena minoria do setor financeiro se beneficia com as altas taxas. Ele defendeu o uso de instrumentos alternativos para controle inflacionário, como intervenções no mercado de câmbio.

Em resposta às críticas, Galípolo reconheceu a necessidade de reformas estruturais para além da política monetária, especialmente no que diz respeito às taxas de juros para famílias, que frequentemente pagam valores muito superiores à Selic. Ele também defendeu uma regulação mais homogênea para instituições financeiras, afirmando ser “mais simpático a criar uma isonomia regulatória alcançando de maneira mais homogênea e isonômica os diversos agentes e atores”.

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