O sistema de pagamentos instantâneos Pix registrou um aumento significativo nas fraudes durante o ano de 2024, resultando em prejuízos de R$ 4,941 bilhões, conforme dados do Banco Central obtidos via Lei de Acesso à Informação. Este valor representa um crescimento de 70% em comparação com 2023, quando as perdas somaram R$ 2,911 bilhões.
Os números referem-se às devoluções de valores solicitadas por usuários e instituições participantes do Pix após a constatação de fraudes, mas que não puderam ser efetivadas. Em 2024, foram registradas 3,452 milhões de solicitações rejeitadas, com uma média mensal superior a 390 mil notificações de fraudes.
* As fraudes incluem transações iniciadas por golpes ou estelionato, operações não autorizadas pelo pagador, ações realizadas por terceiros sem reconhecimento do usuário e transferências feitas sob coerção ou extorsão.
* Apesar do aumento expressivo, as fraudes representam apenas 0,019% do volume total movimentado pelo Pix em 2024, que atingiu R$ 26,403 trilhões.
* A maioria das rejeições de devolução ocorre devido à ausência de saldo nas contas receptoras no momento da solicitação de retorno.
O superintendente de Segurança Corporativa do Itaú Unibanco, Victor Thomazetti, afirmou durante evento com jornalistas: “A grande maioria faz um empréstimo consciente, conivente com o golpe. Existem dois métodos, mas o consciente é esmagadoramente maior”.
Das 1,223 milhão de marcações de fraudes em 2024:
* 38% foram classificadas como “scammer account” (conta do próprio fraudador)
* 27% como “mule account” (contas-laranja)
* 1% como “application fraud” (falsidade ideológica na abertura)
* 35% outros tipos de fraude
O setor bancário defende medidas mais rigorosas, incluindo o banimento por cinco anos de usuários que cedam suas contas voluntariamente para atividades fraudulentas. O Banco Central intensificou a fiscalização dos processos de abertura de contas digitais após identificar possíveis vulnerabilidades na verificação de identidade.
As instituições financeiras têm implementado medidas preventivas, como o fechamento imediato de contas identificadas como contas de passagem, buscando reduzir o impacto das fraudes no sistema de pagamentos instantâneos.