Porque quem valoriza sua história constrói um futuro mais forte. Viva Bituca!
“Coisas que a gente se esquece de dizer / frases que o vento vem às vezes me lembrar / coisas que ficaram muito tempo por dizer / na canção do vento não se cansam de voar…”
Foi ouvindo essa pérola do mestre Bituca que algo apertou no peito. Um orgulho enorme de saber que a maior voz da música brasileira de todos os tempos carrega, com amor, o escudo estrelado do Cruzeiro. Milton Nascimento, o deus da música como já cravou o The New York Times, é torcedor declarado do Maior de Minas — e isso não pode passar batido. O clube precisa, ainda em vida, prestar a ele uma homenagem à altura. E uma ideia simples, simbólica e eternizável já está no ar: a terceira camisa do Cruzeiro em 2024 deveria ser inspirada em Bituca.
Milton está aposentado dos palcos desde novembro de 2022. Enfrenta com dignidade uma série de problemas de saúde, como Parkinson e diabetes. Mas mesmo com mais de 80 anos de idade, sua presença é viva e pulsante em qualquer canto onde se fale de música. E não tem como falar em música brasileira sem citar o Clube da Esquina, movimento que mudou para sempre o som do país e que nasceu aqui, entre as esquinas de Belo Horizonte.
A ligação entre Milton e o Cruzeiro é antiga, afetiva, profunda. Quando chegou a BH, começou a se apresentar em pequenos bailes no clube do Barro Preto. Anos depois, foi figura presente em momentos marcantes da nossa história. O mais inesquecível? A final da Copa do Brasil de 1996, contra o Palmeiras, quando vibrava como um torcedor qualquer — mas com a aura de um ídolo.
Bituca já foi homenageado pelo clube algumas vezes: recebeu o título de Embaixador Internacional do Cruzeiro em 1996, foi presenteado com camisa especial em 2022 antes de seu último show, participou do lançamento da camisa branca de 2023 ao lado de Samuel Rosa e, ano passado, foi lembrado pelo clube em seu aniversário.
Também já estampou, ao lado de Clara Nunes, dois dos bandeirões mais lindos que já passaram pelas arquibancadas do Mineirão. A bandeira de Clara é assinada pelo perfil 1921 Street Art, enquanto a de Milton Nascimento é criação do perfil CEC Culture — dois projetos que resgatam com arte a alma do Cruzeiro e sua essência mineira. Mas ainda falta algo mais simbólico, mais duradouro.
Sim, falo da camisa “Trem Azul”.
Azul como o trem da canção. Azul como o céu da infância. Azul como o peito do torcedor que canta e vibra. A ideia é simples: uma camisa celeste, com elementos gráficos que remetam ao Clube da Esquina, às paisagens de Minas, à poesia de Milton. Um uniforme que conte uma história — que emocione. Que eternize Bituca com a honra que ele merece.
O próprio Gabigol, na sua chegada ao clube, usou uma música de Milton no vídeo de apresentação. E sempre que pode, homenageia o mestre em suas redes. Neste ano, até a Portela, escola de samba com mais títulos no Rio, reverenciou Bituca com um samba-enredo histórico, o primeiro da agremiação dedicado a alguém ainda em vida. Uma das passagens dizia que “este Sol, que irradia luz o suficiente para preencher cada canto escuro da Avenida, tem voz angelical, carinhosamente apelidada de ‘Voz de Deus’.”
Então fica a pergunta: se até o carnaval entendeu a dimensão de Milton, por que o Cruzeiro também não faz sua grande homenagem enquanto ele pode participar?
Bituca levou o nome do Cruzeiro para o mundo inteiro. Mostrou a nossa camisa em palcos internacionais, sempre com orgulho e amor. E ele mesmo disse, em entrevista à Revista Oficial do clube, que “uma das coisas mais importantes que me aconteceram foi o reconhecimento do Cruzeiro”. Carrega com ele, até hoje, a faixa e o diploma de Embaixador do clube. Isso é para poucos.
É por isso que essa homenagem precisa acontecer enquanto ele está aqui, entre nós. Para que ele veja, sinta e saiba o quanto é querido por toda a nação azul. E mais: para que os jovens torcedores conheçam nossa história, entendam de onde viemos, quem nos ajudou a ser grandes — e por que devemos sempre honrar os nossos.
Porque quem valoriza sua história constrói um futuro mais forte.
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Porque quem acredita na vida… não deixa de amar.
Viva Milton Nascimento! Viva o Cruzeiro! Viva o Trem Azul!