O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou uma revisão significativa em suas projeções de crescimento econômico global e brasileiro. A instituição reduziu a estimativa de crescimento mundial para 2,8% em 2025, uma queda de 0,5 ponto percentual em relação à projeção anterior divulgada em janeiro.
Para o Brasil, o cenário também se mostra menos otimista. O FMI projeta um crescimento de 2% para 2025, representando uma redução em relação aos 2,2% anteriormente previstos, e uma desaceleração significativa quando comparado ao crescimento de 3,4% registrado em 2024.
* O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, atribui a revisão das projeções principalmente aos impactos do aumento de tarifas implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, “Embora muitos dos aumentos tarifários programados estejam suspensos por enquanto, a combinação de medidas e contramedidas elevou as taxas tarifárias americanas e globais a níveis recordes”.
* O Brasil foi incluído no grupo de países menos afetados pelo tarifaço de Trump, com uma alíquota de 10%. No entanto, economistas alertam para os efeitos indiretos de um cenário global mais adverso sobre a economia brasileira.
* A inflação brasileira deve se intensificar, com o IPCA projetado em 5,3% para este ano, superior aos 4,4% registrados em 2024. Para 2026, espera-se uma redução para 4,3%.
* O desemprego também deve apresentar tendência de alta, com projeções de 7,2% para este ano e 7,3% para o próximo, superando os 6,9% observados em 2024.
Em comparação com outros mercados, o Brasil deve crescer abaixo da média dos países emergentes e em desenvolvimento, que têm projeção de crescimento de 3,7%. No entanto, o país deve superar as economias avançadas, que têm previsão de crescimento de 1,4% em 2025, e manter-se alinhado com a América Latina e Caribe, cuja estimativa é de 2%.
A perspectiva para 2026 também foi revisada pelo FMI, mantendo a projeção de crescimento em 2% para o Brasil, uma redução em relação aos 2,2% anteriormente estimados.