A Câmara Municipal de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as atividades da Vinscol, empresa responsável pelo transporte público municipal. A decisão foi tomada após a empresa anunciar a redução de horários em algumas linhas, alegando dificuldades financeiras e aumento nos custos operacionais.
A situação ganhou destaque quando a Vinscol, que teve seu contrato de concessão renovado em 2024 por mais vinte anos, apresentou dados indicando um prejuízo acumulado superior a R$ 10 milhões. De acordo com os documentos, entre março de 2024 e fevereiro de 2025, a empresa registrou uma média de 113 mil passageiros, sendo 92 mil pagantes e 22 mil gratuitos, operando com apenas 14 veículos e quatro reservas.
* A empresa inicialmente anunciou a redução de horários em algumas linhas na terça-feira (1º), mas recuou da decisão após manifestação contrária da prefeitura.
* Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o prefeito Sargento Rodolfo (Republicanos) manifestou “espanto” com a situação e solicitou à Câmara a abertura de investigação.
* Em reunião com parlamentares, representantes da Vinscol sugeriram que para manter o funcionamento adequado do transporte público, seria necessário um subsídio mensal entre R$ 500 mil e R$ 600 mil da prefeitura.
O presidente da Câmara, vereador Bulu da Mercearia (PSB), manifestou-se contrário ao valor do subsídio solicitado, afirmando: “A Câmara não concorda com esse valor, é muito alto. A prefeitura tem outras prioridades também além do transporte e, por isso, fica a cargo do Executivo, junto do Legislativo, unir forças”.
O prefeito Sargento Rodolfo foi enfático ao declarar que não aceitará “chantagem” da empresa. Em entrevista à Itatiaia, ele afirmou que caso a CPI comprove irregularidades, a prefeitura abrirá nova licitação, destacando que “Aqui tem ampla concorrência, quem quiser vir prestar um ótimo serviço à comunidade será bem-vindo”.
Com a instauração da CPI, a Câmara Municipal poderá convocar especialistas técnicos e solicitar documentos e relatórios à Vinscol. Se for comprovada ineficiência no serviço prestado, o município poderá decretar a caducidade do contrato renovado, assumindo a responsabilidade pelo transporte coletivo ou realizando nova concessão.