O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou uma manifestação na Avenida Paulista neste domingo (6 de abril), onde defendeu a anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e direcionou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante seu discurso, Bolsonaro manifestou insatisfação com sua inelegibilidade, consequência de uma condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, devido a um evento no Palácio da Alvorada onde questionou o sistema eleitoral.
Pontos principais do ato:
* O ex-presidente expressou esperança de concorrer em 2026, mencionando articulações do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, afirmando: “Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá”.
* Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de usar avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para assistir a jogos de futebol.
* Reiterou declarações feitas anteriormente em Copacabana, afirmando que teria sido preso se não tivesse deixado o país em dezembro de 2022.
A manifestação contou com a presença de diversos governadores, incluindo Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás) e outros. Tarcísio defendeu a anistia como uma “pauta política, humanitária e urgente” para “pacificar” o país.
Michelle Bolsonaro também participou do ato, destacando o caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos de prisão por participação nos atos de 8 de janeiro. A ex-primeira-dama chamou religiosos ao carro de som e apresentou familiares de presos.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarou que Bolsonaro é um “fenômeno” e o único candidato possível para 2026, apesar da inelegibilidade. A legenda busca assinaturas para pautar o regime de urgência do projeto de lei da anistia na Câmara dos Deputados.
Vale ressaltar que o STF recentemente aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa Bolsonaro de liderar organização criminosa envolvida em trama golpista. Mais de 500 pessoas já foram condenadas pelos atos de 8 de janeiro, com penas variando de três a 17 anos.
A manifestação demonstrou a continuidade da mobilização política em torno de Bolsonaro, mesmo após sua inelegibilidade, e a pressão por anistia aos presos do 8 de janeiro permanece como pauta central de seus apoiadores.