Um bombardeio americano contra o porto petrolífero de Ras Issa, no Mar Vermelho, resultou na morte de 58 pessoas e deixou 126 feridas, segundo informações divulgadas por veículos de comunicação ligados aos houthis iemenitas. O ataque, realizado na quinta-feira (17/04), teve como alvo instalações controladas pelos insurgentes.
O Comando Central dos EUA (Centcom) confirmou a operação militar, justificando que o porto era utilizado pelos houthis para comercialização ilegal de combustível e financiamento de operações terroristas. As instalações portuárias de Ras Issa, junto com Al Hudaydah e Salif, são responsáveis por receber aproximadamente 70% das importações e 80% da ajuda humanitária que chega ao Iêmen, conforme dados da ONU.
* O Centcom declarou que “os lucros dessas vendas ilegais financiam e sustentam diretamente as atividades terroristas dos houthis, apoiados pelo Irã”, justificando a necessidade de “eliminar essa fonte de combustível” dos insurgentes.
* Em resposta, os houthis classificaram o ataque como “crime de guerra”, argumentando que o bombardeio representa “uma violação flagrante da soberania e independência do Iêmen e um ataque direto a todo o povo iemenita”.
* O Irã, principal apoiador dos houthis, condenou o bombardeio como “bárbaro” e uma “clara violação dos princípios básicos das Nações Unidas”.
A escalada de tensões na região teve início em 15 de março, quando os Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, iniciaram uma intensa campanha de bombardeios contra posições dos houthis no Iêmen. O objetivo declarado era enfraquecer as capacidades militares dos rebeldes e impedir seus frequentes ataques à navegação comercial no Mar Vermelho.
Os houthis, que fazem parte do “Eixo da Resistência” liderado pelo Irã, ao lado do Hamas e do Hezbollah, têm respondido com ataques contra navios de guerra americanos e embarcações israelenses. O grupo alega que cerca de 100 pessoas já foram mortas pelos novos bombardeios americanos.
Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, os houthis intensificaram suas operações militares, realizando ataques regulares com foguetes contra Israel e embarcações no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, declaradamente “em solidariedade aos palestinos” na Faixa de Gaza.
O ministro da Informação do governo internacionalmente reconhecido do Iêmen, Muammar al Eryani, responsabilizou os houthis pelo ataque, acusando-os de transformar as instalações portuárias em um centro de contrabando de armas e combustível iranianos durante a última década.