O asteroide 2024 YR4, inicialmente considerado uma ameaça à Terra, agora apresenta risco de 3,8% de colidir com a Lua em 2032, segundo estimativas recentes da Nasa. O objeto espacial, que possui entre 53 e 67 metros de diâmetro, foi descoberto em dezembro de 2023 e tem sido monitorado constantemente.
Anteriormente, o asteroide 2024 YR4 havia registrado a maior probabilidade de impacto com a Terra já documentada pela Nasa, chegando a 3,1%. Na época, acreditava-se que o objeto tinha entre 40 e 90 metros de diâmetro, com possíveis pontos de impacto na Colômbia, Camarões e Índia. No entanto, novas observações em fevereiro reduziram drasticamente esse risco.
* O telescópio espacial James Webb revelou no início do mês que o asteroide 2024 YR4 mudou sua trajetória, tornando-se uma potencial ameaça à Lua
* As observações permitiram uma estimativa mais precisa do tamanho do objeto, entre 53 e 67 metros de diâmetro
* A Nasa planeja realizar novas observações do asteroide ainda neste mês ou no início de maio, sendo este o menor objeto já analisado pelo James Webb
A astrônoma Plícida Arcoverde, do Observatório Nacional, explica que “Impactos de asteroides na superfície lunar são bem comuns, principalmente pelo fato de o nosso satélite não possuir uma atmosfera que o proteja como a Terra”.
“Considerando que esses objetos possuem uma velocidade bastante alta, chegando a dezenas de quilômetros por segundo, caso haja o impacto, é provável que ocorra a fragmentação do objeto seguida da formação de uma cratera na superfície. No entanto, na pequena chance de que o asteroide impactasse a Lua, ele não alteraria a órbita dela”, acrescenta a especialista.
O monitoramento desses eventos é crucial para a futura exploração espacial, especialmente considerando as missões planejadas para a Lua. A China planeja pousar astronautas no satélite em 2030, enquanto os Estados Unidos miram 2027 com a missão Artemis 3, embora essas datas possam sofrer alterações.
A Nasa mantém um programa específico para registrar impactos de asteroides na superfície lunar, que podem ser observados da Terra com equipamentos adequados. Segundo Plícida, “Quando um meteoroide atinge a Lua, uma grande parte da energia do impacto se transforma em calor e produz uma cratera. Uma pequena fração vai para a geração de luz visível, o que resulta em um clarão brilhante no ponto de impacto”.
O possível impacto do asteroide 2024 YR4 em 2032, embora não represente uma ameaça à órbita lunar, serve como lembrete da importância do monitoramento contínuo de objetos espaciais para a segurança das futuras missões lunares.